Por enquanto, a 1ª planta da marca na Am. Latina está na fase de testes.
A primeira fábrica da Hyundai na América Latina vai começar a produção
para vendas em setembro próximo, disse o presidente da empresa, Chang
Kyun Han, na última quinta-feira (19), quando a planta de Piracicaba
(SP) foi aberta à visitação de jornalistas. No mesmo dia, Han divulgou
que o primeiro carro a sair da linha de montagem brasileira, um hatch, se chamará HB20
(HB de Hyundai Brasil e 20 referindo-se à sua plataforma) e chegará às
lojas em outubro. No ano que vem, se juntarão a ele um sedã e uma versão
"aventureira" que a montadora chama de "SUV looking" (algo como "visual
de SUV").
Fruto de um investimento de US$ 600 milhões, a fábrica terá capacidade
de produção de 150 mil veículos ao ano -começa operando em 1 turno,
subindo para 2 em novembro; mas a Hyundai já prevê um terceiro se a
expectativa de vendas for atendida. Só para 2012, a meta é comercializar
25 mil unidades do HB20, um hatch de entrada com motores 1.0 e 1.6 que
competirá com Volkswagen Gol, Fiat Uno, Fiat Palio, Nissan March, entre outros, além de um futuro concorrente, o Toyota Etios, também fabricado no Brasil e esperado para este semestre.
Fábrica da Hyundai em Piracicaba
(Foto: Luciana de Oliveira/G1)
A área total é da Hyundai em Piracicaba
é de 1.390.000 metros quadrados, sendo 69.000 de área construída. Devem
ser geradas 2 mil vagas diretas, mais 3 mil divididas entre 9
fornecedores sul-coreanos já determinados e 20 mil empregos indiretos.
Entre esses 9 fornecedores, 4 empresas se encontram na área da fábrica,
entre elas a Hysco, que fornece as bobinas de aço que serão convertidas
em partes da carroceria na estamparia, a primeira fase da produção.
Presença sul-coreana
Segundo o gerente de comunicação e imprensa da Hyundai
Brasil, Maurício Jordão, 30% do aço usado no HB20 é produzido pela
empresa na Coreia. Ele é usado nas peças mais importantes, de
resistência e acabamento interno. Já o aço usado em reforço e peças do
painel, por exemplo, é nacional. Ainda sobre o rol de fornecedores, a
empresa diz que há 20 brasileiros homologados.
A Hyundai afirma que começará a produção ajustada às exigências do
governo federal quanto ao índice de nacionalização dos veículos -a
montadora, inclusive, recebeu um financiamento de R$ 307 milhões do BNDES para a construção da fábrica, se comprometendo a adquirir equipamentos feitos no Brasil.
Primeiras imagens do HB20 são disfarces
mostram apenas detalhes (Foto: Divulgação)
O HB20 é um carro totalmente desenvolvido para o país, mas projetado na
Coreia do Sul. Para implantar a nova linha em Piracicaba, a Hyundai
levou os 250 primeiros funcionários contratados para a matriz e ali
"simulou", com as mesmas máquinas, a produção do hatch.
Nesta quinta, quando o G1 visitou a fábrica, muitos
rostos orientais se misturavam aos brasileiros -homens e mulheres- na
linha. Não foram permitidas fotografias de dentro da planta. A maioria
das mensagens vistas em grandes cartazes ao longo da linha e no campo de
provas era em inglês, algumas com tradução para o português, como
"Perfeição antes da produção". No caminho para a fábrica, havia uma
placa com indicação em coreano e em português.
Segundo a Hyundai, ainda há técnicos sul-coreanos ajudando no
treinamento e na fase de testes de produção, mas, quando a planta
estiver em pleno funcionamento, restarão 50, como coordenadores. Desde
maio, são realizados testes de produção.
Todo o processo de solda é robotizado, diz a montadora, por mais de 300
máquinas do tipo também trazidas da Coreia. O acabamento da carroceria é
manual. A linha de montagem conta com um sistema em que as peças
"andam" junto com o carro, em vez de ficarem estocadas em cada parte da
linha. O veículo, enquanto é montado, é movido por uma esteira. As
caixas com as peças são levadas ao lado dele, por um robô que "lê" o
caminho. Isso permite, segundo Jordão, uma "linha limpa".
Presidente da Hyundai Brasil diz que marca
cumprirá contrato com a Caoa (Foto: Divulgação)
Desenvolvimento no Brasil?
Os motores e as
transmissões do HB20 também vêm da Coreia e, por ora, a montadora não
tem planos de construir uma fábrica de powertrain no Brasil.
Questionado se pretende pesquisar e projetar carros no país
futuramente, abrindo, por exemplo, um centro de desenvolvimento, o
presidente da filial dá a entender que ainda é cedo para falar disso,
mencionando que "o HB20 ainda é um recém-nascido".
Por enquanto a produção dos carros será inteiramente voltada ao mercado
interno. Mas o presidente da Hyundai Brasil diz que, dependendo da
aceitação do consumidor nacional, a empresa poderá considerar a
exportação para outros países da América do Sul.
Contrato com Caoa segue
A montadora criará uma rede própria de distribuição para os modelos
fabricados no Brasil. Até agora, ela operava no país em conjunto com o
Grupo Caoa, onde tem, em Anápolis (GO), a produção dos modelos Tucson e
HR em CDK, quando os veículos chegam prontos, apenas para serem
montados. A Caoa também importa outros modelos da Hyundai, do hatch i30
ao sedã de luxo Genesis, passando pelo SUV ix35 e o Veloster. Segundo
Han, as lojas da Hyundai do Brasil não venderão os modelos importados, e
vice-versa.
A expectativa da HB é ter 200 concessionários espalhados pelo país. Até
o fim de setembro deverão ter, segundo o executivo, 130 lojas voltadas
apenas à revenda dos modelos brasileiros.Os importados continuarão a ser
vendidos pela Caoa. E as duas redes deverão ter um padrão visual
similar.
Han não crava se e quando a Hyundai irá assumir totalmente a operação
da marca no Brasil. Ele afirmou que "a Hyundai sempre segue os
contratos", porém, por confidencialidade, negou-se a dizer qual a
duração do acordo entre a marca sul-coreana e a importadora brasileira.
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