O crescimento das mídias sociais deu mais voz às pessoas e na esteira de
seu sucesso tem gerado uma série de mudanças, refletindo diretamente na
indústria da comunicação e na forma com que as marcas se posicionam.
Ganham peso conceitos como compartilhamento, levando a outros
movimentos: um engajamento cada vez maior das pessoas em causas sociais,
movimentos, e, por que não, na relação com as marcas?
Fiz uma entrevista ("Como a Coca-Cola irá dobrar de tamanho")
há alguns meses com o vice-presidente global de marketing estratégico e
comunicação criativa da Coca-Cola Jonathan Mildenhall e ele foi
categórico ao afirmar a relevância que conteúdo tem atualmente para a
marca. E mais: como é essencial conversar com os consumidores, criar
diálogo entre eles e as marcas, engajá-los. “Em 2020, meu objetivo é a
conversa, o diálogo com o público-alvo”, antecipou o executivo.
E é esta conversa que cada vez mais se mostra fundamental para marcas e
é reconhecida pelo consumidor. Recentemente uma ação da Coca-Cola Zero,
criada pela Ogilvy Sidney e replicada no Brasil, reforçou isso e ganhou
reconhecimento do público. A marca imprimiu latas com os 150 nomes mais
comuns do país em embalagens – latas, 600 ml e 2 litros. Além disso,
inundou as redes sociais com um aplicativo que permite que as pessoas
criem suas latas, usando seus nomes ou a palavra que quiserem. Bingo!
Latas de Anas, Marias, Joãos etc na timeline do Facebook. E consumidores
felizes. Simples, certo?
Agora uma ação da Skol deve
movimentar os que gostam de praia e cerveja no Rio de Janeiro. Em
parceria com o projeto “Rio Eu Amo, Eu Cuido”, a marca criou uma lata
especial, que irá ter sua renda revertida a uma iniciativa que prestigie
a cidade. Momento perfeito para uma ação como essa, já que a autoestima
dos cariocas anda em alta, com a pacificação e a contagem regressiva
para a Copa e as Olimpíadas. O detalhe importante que não mencionei: os
consumidores definirão qual o projeto será criado a partir da verba
adquirida. Engajamento? Sim! Ponto para a Skol.
Como disse a
executiva do Reed Miden Anne De Kerckhove, em entrevista ao M&M -
“Nós, os consumidores, somos grandes rebeldes agora, queremos realmente
expressar nossas vozes, o que pensamos”. E é o que estas marcas estão
buscando: diálogo com o consumidor, criar relacionamento. Envolvê-los.
Para Anne, em um futuro próximo, as métricas que avaliarão o sucesso de
um determinado programa ou produto irão além de audiência e lembrança de
marca, passarão por um ponto crucial: o quanto ele é compartilhado.
Fecho com ela, acho que é isso que veremos por ai.
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