Pesquisa realizada pela DraftFCB revela um consumidor cada vez mais obcecado por informação e que realiza pesquisas na web antes de tomar sua decisão de compra
Entender como o consumidor se comporta em relação a esta onda de
informação é um dos pontos norteadores da pesquisa que ouviu três mil
entrevistados em cinco países: Brasil, China, Índia, Estados Unidos e
Alemanha. “O mundo está mais complexo em relação à quantidade de
informação disponível. Temos algumas mudanças importantes, como a
quantidade de informação, o empoderamento do consumidor e a forma como o
este cliente usa a informação para tomar sua decisão”, explica Patrícia
Marinho, VP de atendimento da DraftFCB, em entrevista ao Mundo do
Marketing.
Brasileiro está mais atento à reputação
Os consumidores obcecados por informação dão peso especial para as opiniões de outros clientes compartilhadas
em blogs, sites e nas redes sociais. A reputação das marcas também é um
fator levado em consideração. Cerca de 49% dos entrevistados entendem a
reputação como o item de maior peso para a tomada de decisão. Em outros
países, este índice foi menor: somente 35% dos americanos e 22% dos
alemães colocaram a reputação em primeiro lugar.
Além do obcecado, a pesquisa identificou outros quatro tipos de
consumidor de acordo com a maneira como este se relaciona com a
informação. Após o obcecado, temos o seletivo – 14% dos entrevistados,
um consumidor que filtra melhor o conteúdo que acessa. Outros 19% são
classificados como funcionais, realizando buscas na web de maneira
pragmática. Nesta categoria se enquadram consumidores que declaram não
gostar de pesquisas sobre as marcas, mas o fazem por necessidade.
Os outros dois perfils são de pessoas que não costumam buscar
informações ou realizar pesquisas. No Brasil, 36% dos entrevistados se
enquadram no perfil de passivo, apenas reagindo às informações que
recebem ou optando por marcas conhecidas para tomarem uma decisão
rápida. Pelo excesso de informação disponível, o passivo acaba frustrado
e confuso. O último perfil é o information hater, um consumidor que
evita a informação e não consegue utilizá-la para a tomada de decisão.
Os três primeiros tipos de consumidor têm participação muito ativa nas
redes. De certa forma, eles ajudam na reputação das marcas. Apesar
disso, nossa população não se mostra muito engajada. “O Brasil tem
muitos consumidores nos níveis um e dois, em um índice um pouco maior
que a média (33% somando obcecados e seletivos). Ele tería uma tendência
a influenciar mais do que outros países. Apesar disso, o brasileiro
ainda influencia pouco, pois não é naturalmente engajado. Porém, por
termos tantos obcecados por informação, nossos consumidores possuem
grande potencial de influência”, afirma Patrícia.
Marcas precisam reaprender a gerenciar informações
Os perfis apontados pela Draft sinalizam para a necessidade de um
melhor gerenciamento da informação por parte das empresas. Durante o
processo em que o consumidor pesquisa sobre um produto ou serviço, ele
também está criando
uma experiência com a marca. “Se reconhecemos que a busca que o cliente
faz também é parte da experiência com a marca e também parte do
processo de decisão de compra, tão importante quanto o preço ou outros
elementos, é provável que tenhamos que reaprender a gerenciar isso. A
marca terá que desempenhar um papel de curadora”, alerta a VP de
atendimento da Draft.
Outro
apontamento é que 89% dos consumidores brasileiros procuram informações
sobre os produtos após a compra. De acordo com o estudo, esta seria uma
característica comportamental onde o comprador busca fatos e evidências
para confirmar que fez uma boa escolha. Pelo perfil mais comunicativo
da nossa população, as buscas que confirmem a boa compra e o
compartilhamento com sua rede de amigos e conhecidos seria uma maneira
do consumidor brasileiro ampliar o seu capital social.
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