terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Caixa define verba de R$ 500 milhões

Contrato com Nova/sb, Borghi e Fischer termina em julho de 2013



Maior anunciante do país pelo critério de investimento líquido com orçamento anual próximo dos R$ 2 bilhões, incluindo estatais, ministérios e a Presidência da República, o governo se prepara para liberar o edital de licitação da conta publicitária da Caixa Econômica Federal. O documento está pronto e falta ser aprovado pela Secom (Secretaria de Comunicação), subordinada à ministra Helena Chagas, da Comunicação Social, e comandada pelo executivo Roberto Messias. A publicação no Diário Oficial da União está prevista para janeiro, mas pode ser antecipada para o final de 2012, segundo fontes com acesso ao processo.
A verba da CEF vai saltar dos atuais R$ 400 milhões, incluindo a divisão de loterias, para R$ 500 milhões. Porém, com o aditivo de 25% previsto em lei, vai ultrapassar os R$ 600 milhões. O valor não contempla os patrocínios, um total de R$ 67 milhões e que inclui esportes olímpicos e estampar sua marca na camiseta do Sport Club Corinthians Paulista (leia mais aqui).
Os contratos com as agências Borghi/Lowe, Nova/sb e Fischer & Friends expiram em julho de 2013 e, após cinco anos, não podem ser mais renovados. A diretoria nacional de marketing e comunicação da Caixa, liderada por Clauir Luiz Santos, não quer perder tempo para não atrasar o processo e evitar risco de ficar fora dos canais de comunicação e, consequentemente, perder competitividade em uma área na qual a disputa envolve o também estatal Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, HSBC e Santander, por exemplo.
O primeiro passo para formalizar o edital foi a realização de audiência pública no último dia 26 de novembro, em Brasília. Representantes das principais agências estiveram presentes. Mas, a maioria dessas agências não poderá se candidatar por já estarem comprometidas com anunciantes do segmento. AlmapBBDO (Bradesco Seguros), Neogama/BBH e WMcCann (Bradesco), Africa, DPZ e DM9DDB (Itaú), Lew’Lara\TBWA, Master Roma Waiteman e Giacometti (Banco do Brasil), Talent (Santander) e JWT (HSBC) possuem vínculos com outros players.
Forte na mídia
O banco estatal tem recorrido à mídia com maior frequência nos últimos cinco anos para intensificar seus projetos mercadológicos e ampliar a percepção da sua marca, especialmente na celebração dos seus 150 anos. Nos primeiros três trimestres deste ano contabilizou lucro líquido recorde de R$ 4,1 bilhões, 17,1% superior em relação ao mesmo período do ano passado — mesmo com o percalço do terceiro trimestre que foi 19,7% inferior ao período de abril a junho. A queda de juros para linhas de crédito, além do efeito político para o governo da presidente Dilma Roussef, agregou dividendos importantes para a operação: foi registrado um total de R$ 324,5 bilhões na sua carteira no mês de setembro, uma elevação de 43% sobre o mesmo mês de 2011.
Com os R$ 600 milhões previstos para a Caixa e somados os R$ 420 milhões do BB (Lew’Lara\TBWA, Master Roma Waiteman e Giacometti) e os R$ 480 milhões da Petrobras (F/Nazca Saatchi & Saatchi, Heads e Quê! Comunicação), o orçamento publicitário de apenas três estatais chegam a R$ 1,5 bilhão por ano. Nesta semana foram divulgados os resultados das propostas técnicas da concorrência da BR Distribuidora (Postos Petrobras) com verba para um período de 12 meses de R$ 80 milhões, atualmente na carteira de negócios da Quê e da Master Roma Waiteman (leia aqui). Outra conta pública que está em fase final de definição do processo concorrencial é a da Eletrobras, atualmente na Agência3 e verba anual de R$ 35 milhões.

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