Os descontos frequentes nos tributos sobre automóveis, as deficiências
do transporte público nas grandes cidades brasileiras e uma cultura de
valorização das quatro rodas têm feito com que o número de carros por
família aumente. Porém, não é sempre que a quantidade de vagas nas
garantes consegue acompanhar essa tendência.
A própria legislação de vários municípios está defasada. Em São Paulo,
por exemplo, a norma é que uma casa ou um apartamento de até 200 metros
quadrados tenha no mínimo uma vaga. Mesmo as regras sobre o tamanho do
espaço reservado para automóveis estão caducas: são estipuladas pelo
Código de Obras, de 1992, quando eram raros carros grandes como os
atuais.
"O Código de Obras prevê uma distribuição percentual de vagas pequenas,
médias e grandes, mas a grande de hoje deixa muito modelo de carro fora
dos limites", explica Eduardo Della Manna, diretor de Legislação Urbana
do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
Assim, onde guardar o carro, caso não haja vagas suficientes ou ele não
caiba na garagem? Muita gente estaciona o veículo na rua, paga a
mensalidade de uma rede de estacionamentos ou aluga uma vaga no próprio
condomínio.
Seguro
Para o diretor de Auto da Porto Seguro, Marcelo Sebastião, nesses casos o
proprietário deve investir na contratação de um seguro completo, que
ofereça cobertura contra incêndio, colisão, furto, roubo e danos a
terceiros, além de assistência 24 horas.
"A possibilidade de um carro que está sempre estacionado na rua sofrer
uma colisão na qual o outro condutor fuja é muito grande. Ele terá que
se precaver da melhor maneira possível", comenta.
O valor do seguro varia muito de acordo com o local de moradia, o perfil do motorista e o modelo do automóvel.
Rede de estacionamento
Uma alternativa é virar mensalista de um estacionamento próximo da
residência, que ofereça seguro contra riscos, furtos e roubos.
"Na garagem do próprio condomínio o carro está vulnerável a todo tipo de
problema em relação a riscos e furto, por exemplo, a diferença é que o
prédio não oferece seguro", diz o diretor da rede de estacionamentos
Multipark, Sérgio Morad.
A mensalidade, segundo ele, varia conforme o preço do metro quadrado da região.
"Quem
mora em bairros mais nobres vai pagar mais caro¿, adianta. Mas há redes
que oferecem descontos em parceria com seguradoras. Na Multipark,
clientes da SulAmérica pagam 10% a menos como mensalistas e 30% a menos
para parar por hora ou dia."
Alugar uma vaga
Alugar a vaga de outro condômino é uma prática muito comum. No entanto,
isso só é legalmente aceito para vagas determinadas (aquelas que possuem
escritura individual, possibilitando o aluguel e até mesmo a venda do
espaço). Não há regras para a negociação: ela é feita no ¿boca a boca¿,
com o preço livre e determinado entre as partes.
"Muitos condomínios oferecem vagas por meio de rodízio, feitos
geralmente por sorteio. Essa vaga não dá para comercializar de nenhuma
forma", explica Márcia Romão, gerente de divisão de atendimento ao
cliente da Lello Condomínios.
Em abril, entrou em vigor a lei federal 12.607, que proíbe a venda ou o
aluguel de vagas de garagens para quem não reside no condomínio. O
objetivo é aumentar a segurança dos moradores.
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