Um terreno da prefeitura na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, vai
ser entregue à construtora que aceitar fazer duas torres residenciais
que misturem moradores de baixa renda e de classe média com comércio no
térreo.
A licitação foi aberta ontem. A empresa terá três anos para construir os
prédios. Depois, terá de administrar o condomínio por cinco anos, além
de reformar e manter, pelo mesmo período, uma praça vizinha ao local.
Parte dos apartamentos terá de ser entregue à prefeitura, que fará um
programa de locação social -moradores de quatro a seis salários mínimos
(R$ 2.488 a R$ 3.732 )poderão alugar os imóveis gastando até 30% de sua
renda em aluguel e condomínio.
Ganha a concorrência quem oferecer mais apartamentos para a prefeitura em troca do terreno e do direito de construir no local.
Serão, no total, 600 apartamentos. Desses, 326 terão até 75 m2
e até três dormitórios, uma vaga de garagem cada um, e poderão ser
vendidos diretamente pela construtora para famílias com renda de sete a
16 salários mínimos (R$ 4.354 a R$ 9.952).
Os demais serão obrigatoriamente de até 50 m2 com um ou dois
dormitórios e sem vaga de garagem. Destes, 127 serão para o programa de
locação social e o restante poderá ser vendido pela construtora para
famílias com renda de até seis salários mínimos.
O terreno tem 9.426 m2 e vale até R$ 25 milhões no mercado. O
imóvel, próximo às estações Barra Funda e Marechal Deodoro do metrô,
serve atualmente como depósito de ônibus desativados.
Editoria de arte/Folhapress | ||
COPAN
A prefeitura está chamando o empreendimento de "novo Copan", por
integrar moradores de baixa renda e de classe média, além de áreas
comerciais, assim como o famoso prédio do centro de São Paulo, projetado
pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
O Copan, no entanto, tem 1.160 apartamentos, alguns deles de 219 m2
que valem até R$ 1,1 milhão, e 72 unidades comerciais. No
empreendimento da Barra Funda, o valor máximo estimado para o imóvel de
três dormitórios é de R$ 279 mil.
A mistura de comércio com residência em locais dotados de infraestrutura
é a maior aposta de urbanistas para melhorar a qualidade de vida nas
grandes metrópoles.
O projeto foi feito pela Brookfield, a mesma companhia que é acusada por
ex-executivos de pagar propina para funcionários da prefeitura
-inclusive da Secretaria da Habitação- para obter licenças de obras de
shoppings das quais ela é sócia, como a Folha revelou em junho.
A previsão é que os apartamentos sejam entregues em junho de 2015.
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