Prova será realizada em setembro, em Interlagos, e coincide com os 40 anos do 1º título na Fórmula 1
SÃO PAULO - O bicampeão mundial de Fórmula 1,
Emerson Fittipaldi, vai celebrar o aniversário de 40 anos do seu
primeiro título na categoria com a promoção das 6 Horas de São Paulo. A
prova em Interlagos é uma iniciativa do ex-piloto e está marcada para os
dias 13 a 15 de setembro. A corrida será a quinta etapa do FIA World
Championship Endurance, criado este ano.
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Epitácio Pessoa/AE
Apelo da pista de Interlagos ajudou a trazer a categoria para o Brasil
A confirmação do evento vai fazer de São Paulo a única cidade do
mundo a receber as três principais categorias do automobilismo. A
Fórmula 1 e a Fórmula Indy também estão na lista de eventos.
A cerca de 20 dias do evento e da comemoração pelo feito de 1972,
Fittipaldi vê os dois pilotos brasileiros na Fórmula 1 em situação
difícil.
Como surgiu a ideia de trazer para o Brasil uma das etapas de uma categoria estreante?
Quando
o Jean Todt deixou a Ferrari e assumiu a presidência da FIA, resolveu
fazer uma categoria global, um campeonato mundial de endurance de marca,
em que todas as montadoras entrassem com carros muito sofisticados. Aí
ele me chamou há mais ou menos um ano e meio e falou que queria levar
também para o Brasil.
E por que o interesse da FIA em ter uma etapa em São Paulo?
Hoje,
Interlagos é uma pista tradicional no mundo, já tem um apelo para os
estrangeiros e criou uma imagem importante. Também existe o apelo para
promover os carros no Brasil porque o nosso mercado está aquecido.
E qual será o diferencial da corrida se comparada a outras categorias?
É
o espírito da tradicional 24h de Le Mans que a gente quer trazer para o
Brasil. Como é uma corrida de seis horas, é um público mais família,
quase um festival, com bastante entretenimento. O público vai ter acesso
livre a todas as atividades do autódromo, como passear pelos boxes
entre os pilotos e carro, que são de tecnologia de ponta. Em Le Mans,
por exemplo, pela primeira vez venceu um com carro híbrido: motor
elétrico na frente e a diesel atrás.
A prova será uma semana depois dos 40 anos do seu título. Com qual piloto da Fórmula 1 você mais se identifica?
Você
sempre tem uns quatro ou cinco pilotos em cada época, que são muito
bons. Na minha opinião um dos mais completos que tem hoje é o Fernando
Alonso. Ele é muito rápido e acerta o carro para a corrida. Ele tem um
pé de anjo para acelerar aquela Ferrari nas saídas de curva, sabe dosar.
O que o companheiro dele, o brasileiro Felipe Massa, precisa fazer para melhorar os resultados na equipe italiana?
Tem
que dosar um pouco para não consumir tanto pneu. Na hora que ele
controlar essa agressividade que ele tem como piloto, vai andar mais
rápido, principalmente nos carros atuais, que não tem controle de
tração. Para o estilo de pilotagem do Alonso, a Ferrari está acertada e
de repente não é a melhor coisa para o Felipe.
E quais as chances do Bruno Senna?
O Bruno
tem algumas dificuldades. Ele tem pouca experiência porque começou tarde
e a Williams se mostrou muito inconstante este ano. Fora isso um piloto
de testes (o finlandês Valtteri Bottas) é quem vai para a pista nas
sextas-feiras pela manhã quando tem corrida. Isso tira do brasileiro a
chance de pegar mais horas de pista.
Mas no caso deles não seria positivo trocar de equipe?
Na
minha opinião, o Felipe está em uma equipe excelente. A Williams também
é uma boa equipe por toda tradição e estrutura. Acho que é melhor
continuar no mesmo lugar.
A torcida brasileira espera desde 1992 por um novo título na Fórmula 1. Por que esse hiato?
Todos
os países passam por ciclos na Fórmula 1. Nós nos acostumamos errado
porque o Brasil deu muita sorte. Teve como campeões eu, depois o Piquet e
Senna. Daí achamos que ganharíamos tudo.
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