Morador de Santana, zona norte de São Paulo, o engenheiro aposentado
José Maria Troitino, 59, comprou dois apartamentos na planta na região
do Morumbi, zona sul da cidade, para investir.
Fechou negócio no mês passado e pagou 20% menos que o preço de tabela do lançamento usando um outlet de imóveis virtual.
"Depois que escolhi o apartamento no site, agendei o atendimento presencial para perto da meia-noite no estande de vendas", diz.
Comodidade e, principalmente, preços até 30% mais baixos são o chamariz
de sites de venda de imóveis em São Paulo --que ganham impulso com o
aumento dos estoques das construtoras.
Na capital paulista, havia quase 17 mil unidades novas em estoque em
junho (dado mais recente disponível). No mesmo mês do ano passado, eram
cerca de 14 mil, de acordo com o Secovi-SP, sindicado que representa as
empresas do setor.
Alessandro Shinoda/Folhapress |
Jose Maria Taboada, 59, comprou 2 imoveis via site |
O modelo de negócios dos sites varia: de imobiliárias virtuais, com
equipes de corretores que acompanham, presencialmente, todo o processo
de compra, até portais de ofertas de imóveis que fazem a ponte entre a
construtora e o consumidor, mas não assessoram o negócio.
A remuneração vem sempre da construtora dona do imóvel e varia conforme o caso -em média, fica entre 2% e 5% do valor negociado.
CARDÁPIO
Em geral, as unidades oferecidas são remanescentes de empreendimentos já
lançados há pelo menos seis meses ou um ano --portanto, ainda em
construção--, mas também há recém-entregues.
É mais comum encontrar apartamentos de primeiro andar ou cobertura, de venda considerada mais difícil.
O cardápio inclui, no entanto, unidades de andares altos, mais
cobiçados, devolvidas à construtora pelo primeiro comprador por
desistência, antes de assumir o financiamento bancário.
A RealtON, em
operação há cinco meses, segue o modelo de imobiliária virtual, com 120
corretores que acompanham o cliente durante todo o processo de compra.
"Funcionamos da mesma forma que um outlet de moda. As empresas repassam a
nós os produtos que não foram absorvidos pelo mercado", diz Rogério
Santos, diretor da RealtON.
O site oferece cerca de mil imóveis, com preços de R$ 188 mil a R$ 5 milhões.
Na Homes4less, aberta há dois meses, os valores dos cem imóveis oferecidos vão de R$ 170 mil a R$ 12 milhões.
A estratégia, porém, é diferente: o site anuncia os imóveis e agenda as
reuniões entre o comprador e as construtoras ou imobiliárias, mas não
acompanha o processo de venda.
MAIS CONCORRÊNCIA
Já no PromoImóveis, lançado em março de 2011, o comprador seleciona o imóvel, imprime um comprovante e busca diretamente a empresa proprietária.
O site, no entanto, suspendeu atividades temporariamente para reformular sua estratégia.
"A concorrência aumentou. Estamos considerando nos tornar um veículo
mais amplo, que exponha, além de de imóveis, serviços de imobiliárias
virtuais", diz Luiz Turano, diretor-executivo.
Por enquanto, não é possível fazer compras pelo site.
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