CBR 1000 RR foi renovada e tem motor de 178,1 cv; assista vídeo.
Apesar de continuar na liderança do segmento das esportivas de alta
cilindrada, a Honda ganhou concorrentes de peso com a chegada da BMW S 1000 RR e as renovações da Kawasaki Ninja ZX-10R e da Yamaha YZF-R1. Para se manter no topo, a fabricante acaba de lançar a nova CBR 1000 RR
Fireblade no Brasil, seguindo as alterações mundiais da moto. As
principais modificações ocorreram no visual, suspensões e motor, este
último teve a injeção eletrônica alterada, deixando seu comportamento
menos brusco.
Com a chegada da CBR 1000 2012, que comemora os 20 anos da moto, a
“família CBR”, que também conta com a CBR 600 RR está completa e
atualizada no país. O modelo de entrada da linha é a CBR 250R, que foi lançada este ano no mercado brasileiro. Mantendo a estética “racing” dos modelos maiores, a 250 oferece a possibilidade de ingressar neste universo. O G1
avaliou as CBRs 1000 e 250 em condições distintas; enquanto a 1000 foi
utilizada em pista, a 250 percorreu trechos urbanos e estradas.
CBR 1000 RR e CBR 250 R (Foto: Caio Mattos/Divulgação)
A 1000 renovada
A CBR 1000 RR ficou mais moderna e chama atenção por seu novo visual.
Deixando de lado as linhas arredondadas do modelo vendido entre 2008 e
2011, a 1000 voltou a ter contornos mais retos e afiados.
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Além de tornar o modelo mais radical, estes implementos trouxeram
melhoria de sua aerodinâmica. Como foi possível provar no circuito, as
novas carenagens laterais desviam o ar das pernas do motociclista,
diminuindo a resistência do ar. As rodas de liga leve também são novas e
agora possuem nove pontas internas, melhorando a distribuição de peso
da motocicleta.
O modelo está disponível em três cores: branca, vermelha e preta.
Contudo, a opção vermelha está restrita à CBR com freios ABS. Com cerca
de 100 unidades vendidas por mês, a CBR 1000 tenta manter o reinado
entre as superesportivas. As rivais têm usado alta quantidade de
tecnologia embarcada e muitos cavalos para conquistar o consumidor.
Enquanto a Ninja ZX-10R chega a 200 cv e a S 1000 RR beira esta cifra, a
Honda se mantém com 178,1 cv. Segundo Alfredo Guedes, engenheiro e
supervisor de assuntos institucionais da empresa, a diferença tem um
motivo.
“A alta potência deixa algumas motos difícil de pilotar, assim
necessitam de controles eletrônicos. A CBR tem um comportamento na
medida certa, não precisando de controle de tração”, explicou Guedes. No
modelo 2012, a esportiva da Honda segue sem este dispositivo, já
presente em Kawa, BMW e Yamaha. Para compensar isto, a nova CBR teve a
injeção eletrônica revista. “Tiramos alguns buracos da linha de torque
do motor”, afirmou Guedes.
Moto mostra estabilidade em curvas (Foto: Caio Mattos/Divulgação)
Na prática, a 1000 se mostrou fácil de pilotar no circuito; a mais
acessível em termos de pilotagem entre as superesportivas. O giro do
motor sobe rapidamente e, passando os 5.000 rpm, o tetracilíndrico de
999,8 cm³ começa a mostrar toda a sua força. Segundo a Honda, o
propulsor atinge 178,1 cv de potência máxima a 12.000 rpm, enquanto o
torque é de 11,4 kgfm a 8.500 rpm. A moto realmente é simples de dosar
e, na pista seca, o controle de tração não faz falta.
Mesmo assim, o sistema seria bem-vindo para situações não controladas
de asfalto molhado ou sujo, como é comum nas estradas. Tornaria a moto
mais segura nestas condições. Em contrapartida, a moto tem amortecedor
de direção eletrônico e ganhou nova geração de freios ABS da marca.
Controlado eletronicamente, o sistema é combinado, repartindo a frenagem
entre os eixos, e funciona bem.
Painel e rabeta da CBR 1000 RR (Foto: Divulgação)
Suas intervenções não são intrusivas e trazem muita mais confiança para
reduzir a velocidade. A CBR com ABS custa R$ 6.000 a mais que a versão
standard. A adoção de novas suspensões também ajudou na estabilidade e a
moto não tende a “mergulhar” em frenagens mais fortes.
Na dianteira, a marca adotou o sistema Big Piston Fork (BFP), tipo de
amortecedor que melhora o comportamento hidráulico do fluido dentro das
bengalas. O monoamortecedor traseiro também teve incremento hidráulico;
ambos possuem múltiplas regulagens
Fácil e rápida
Com as duas versões importadas, a Honda pretende vender 1.200 unidades
da moto em prazo de um ano. Mesmo sem beirar os 200 cv e ainda ficar
devendo o controle de tração, a moto segue como boa opção para este
segmento. Na versão sem ABS (178 kg), a CBR tem relação peso potência de
1 cv para 1 KG. Como tradição entre os modelos da companhia, a CBR 1000
RR segue como uma esportiva acessível de pilotar, mas sem deixar de ser
rápida.
CBR 1000 RR teve visual renovado (Foto: Caio Mattos/Divulgação)
Pequena esportiva
Já para os que sonham em ter uma esportiva, mas não possuem R$ 60.000
para alcançar este sonho, existem as chamadas esportivas de entrada.
Após ser dominado facilmente por Kawasaki Ninja 250R e Kasinski Comet 250R, outros modelos começam a esquentar este nicho. No começo do ano, a Dafra apresentou a Roadwin 250 e mais tarde a Honda veio com a CBR 250R.
CBR tem cara de esportivas de alta cilindrada (Foto: Renatpo Durães/Divulgação)
Apresentada no Salão de Milão de 2010, a moto possui proposta um pouco
diferente da Ninja – atual líder de vendas do segmento. Enquanto a
Ninjinha faz uso de motor bicilíndrico, melhor em altas rotações, a
“CBRzinha” tem um monocilíndrico, que já transmite boa força em baixas
rotações. Segundo a fabricante, o propulsor de 249,6 cm³ é capaz de
gerar 26,4 cavalos de potência máxima 8.500 rpm e torque de 2,34 mkgf a
7.000 rpm. Para alcançar estas cifras, a moto conta com câmbio de 6
velocidades.
Sua configuração é moderna e conta com injeção eletrônica e
refrigeração líquida. Não chega a ser “enfurecido”, mas condiz com a
proposta da motocicleta, sem abdicar da emoção. Na verdade, o principal
trunfo da CBR 250R está em seu conjunto acertado que permite boa
maneabilidade e estabilidade. O chassi é do tipo “diamond”, no qual o
motor faz parte da estrutura do quadro. Suspensões e freios são bem
ajustados e a opção com C-ABS faz toda diferença.
Painel e tampa do tanque da da CBR (Foto: Caio Mattos/ Divulgação)
A partir de R$ 15.490, até quando?
A versão de entrada da CBR 250R custa R$ 15.490 e adicionando os freios
ABS sai por R$ 17.990. Contudo, com o aumento do IPI para motos
importadas, válido a partir de 1º de setembro, a Honda informou que seu
preço deve subir. Por ser de baixa cilindrada e importada da Tailândia, o
imposto aumentará para 35% na CBR 250R. No caso de modelos de alta
cilindrada, o IPI é de 35%, assim as 1.000 cm³ não sofrerão impacto.
CBR 250R é confortável (Foto: Renato Durães/Divulgação)
Por enquanto, a Honda não pretende produzir a moto em Manaus, o que
faria ter isenção sobre a taxa. “Vai depender da aceitação do público”,
disse Guedes, durante o lançamento da moto. Com o preço atual, a CBR é
uma opção competitiva. Oferece um pacote sólido e seu visual é
interessante. Para os que sonham em ter uma CBR 1000 ou outra “mil”, a
250R é uma realidade, assim como Ninja, Roadwin e Comet.
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