segunda-feira, 2 de julho de 2012

Primeiras impressões: Ford Ranger Limited 3.2 manual

Nova geração está 'anos-luz' à frente da antecessora, mas teste foi curto. Motor forte é casado com câmbio que pede habilidade no primeiro contato. 

Ford Ranger 2013 (Foto: Divulgação)
  O ano de 2012 ainda guarda uma boa dose de lançamentos para o segundo semestre, mas entre as picapes médias não há mais nada a esperar. Com Mitsubishi L200, Toyota Hilux e Nissan Frontier discretamente atualizadas; Volkswagen Amarok com o tão esperado câmbio automático; e Chevrolet S10 transformada em um novo carro, a Ford Ranger - que chega em agosto ao Brasil - encerra o ciclo de novidades num segmento largado nos últimos anos, mas que de repente passou a "bombar".

Se a GM recorreu à engenharia da Tailândia para desenvolver a nova S10, a Ford acionou a sucursal australiana para criar sua picape média, agora global. Segundo a montadora norte-americana, foram investidos US$ 1,1 bilhão para que plataforma, transmissões, motores interior e design fossem totalmente distintos – nem mesmo os parafusos são os mesmos, diz a marca.
O objetivo de qualquer picape média atualmente é se aproximar de um carro quando o assunto é interior e dirigibilidade. E a Ranger, apresentada no último domingo (1º), na Argentina, não é exceção. Veja preços e linha do tempo
concorrentes ford ranger (Foto: Arte G1)

Primeiras (e curtas) impressões
A Ford promoveu um (mal elaborado) teste da nova Ranger em Salta, no interior da Argentina. O repórter do G1 pôde avaliar a nova picape por cerca de 80 km, mas só em 20 km deles como motorista – e apenas num trecho off-road, sem experimentar como condutor condições de asfalto, seja em rodovias ou perímetros urbanos.

Ford Ranger 2013 (Foto: Divulgação)Picape não sofria grandes mudanças desde 1994 (Foto: Divulgação)
A primeira experiência, que deixou boas impressões, foi no lugar do passageiro dianteiro. Os bancos são confortáveis, como na maioria dos Ford, a operação do rádio e do ar-condicionado bizona é simples e o espaço é satisfatório – mesmo após o passageiro de trás ter solicitado que o banco dianteiro fosse movido para frente.
Espaço traseiro é superior ao das concorrentes (Foto: Divulgação)Espaço traseiro é superior ao das concorrentes (Foto: Divulgação)
Tal pedido sugeriu que o espaço traseiro poderia ser escasso, mas, nos 20 km seguintes, como ocupante da segunda fileira, foi possível notar que a Ranger é diferente nesse ponto: há razoável espaço para as pernas, o assento é mais alto do que o comum e o encosto é mais inclinado do que nas concorrentes. Não chega, no entanto, a ter o "conforto de sedã" que a marca tenta emplacar.
O acabamento mostra que a união entre materiais simples, bom gosto e qualidade de construção pode ser uma realidade.
Ford Ranger 2013 (Foto: Divulgação)Painel tem informações claras (Foto: Divulgação)
Apesar do lançamento do inédito motor flex, a única versão oferecida para o teste era equipada com motor 3.2 (diesel) e câmbio manual. Curiosamente, tratava-se de uma Limited, que não será vendida no Brasil – por aqui, apenas a versão XLT traz a combinação motor 3.2 e câmbio manual.
A posição de guiar, essa sim, pode se assemelhar mais à de um sedã, com destaques para o volante de boa empunhadura e o painel, que esbanja bom gosto e clareza nas informações. A alavanca de câmbio à mão do motorista completa as boas notícias em relação à ergonomia.
O circuito off-road era formado por subidas com elevado grau de inclinação, vencidos com facilidade; declives onde o controle automático de velocidade em descidas segurou a picape com habilidade; e um córrego atravessado sem dificuldades. A impressão é que era possível exigir mais da picape.
Ford Ranger 2013 (Foto: Divulgação)Engates do câmbio manual exigem paciência nos primeiros quilômetros (Foto: Divulgação)
Quanto a motor e câmbio, o primeiro mostra força em baixas rotações e – ao menos da visão de passageiro – vai bem em altas; enquanto o segundo tem engates que exigem certa paciência nos primeiros quilômetros, mas melhoram com o tempo. São mais agradáveis do que os de S10 e Frontier, mas ficam longe da precisão do da Amarok.
O primeiro contato com a Ranger deixa a suspeita de que o segmento de picapes médias tem ela e a Amarok num patamar superior de qualidade de construção e dirigibilidade – e que sua antecessora ficou anos-luz no passado. A confirmação virá num futuro contato mais extenso.

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