Tempo de Mulher e Data Popular apresentam estudo sobre a influência feminina na sociedade e no consumo brasileiro
Trabalho e vida conjugal caminhando juntos — com o apoio de empresas
que entendam o dia a dia multitarefa de mães que são, ao mesmo tempo,
profissionais de respeito. Empreendedorismo como solução para uma
carreira infeliz. Personagens que, por conta da atual realidade difícil,
se assumirão como lutadoras. Mais tolerância e menos conservadorismo.
Os valores acima caracterizam a mulher brasileira do futuro, aquela que
muitas vezes comandará as finanças da família e terá papel ainda mais
fundamental no mercado de consumo no país.
Realizado
pelo Tempo de Mulher em parceria com a TDM/Data Popular e a Cross
Networking, o estudo apresentado na manhã desta segunda-feira (26), no
Iate Clube de Santos (SP), ouviu 1.300 mulheres, de 44 cidades e de
todas as classes sociais. Comum entre todas elas, a independência
financeira como objetivo e a valorização da educação. “O Brasil possui,
atualmente, 100 milhões de mulheres. É como se tivéssemos um país dentro
de outro. Até o fim deste ano, a massa de renda delas deve chegar a R$
741 bilhões. Quatro em cada dez domicílios já são comandados por
mulheres”, afirmou Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, para
frisar a relevância da presença feminina na definição dos valores
modernos da sociedade e no quadro de consumo recente.
Os resultados permitiram a divisão da população feminina atual em
cinco perfis: Conservadoras (25%), composto, em sua maioria, por
mulheres com mais de 50 anos, donas de casa ou viúvas, de baixa
escolaridade, menos otimistas que as outras classes e controladas em
relação ao consumo; Tradicionais (25%), formado por mulheres de meia
idade, casadas e com fortes valores familiares, empreendedoras e
tranquilas em relação aos próprios gastos; Promissoras (19%), com idade
limite de 34 anos, alta escolaridade, preocupadas com o corpo,
conectadas o tempo todo e fiéis a marcas, independentemente do preço;
Desprovidas (16%), do qual fazem parte jovens de até 24 anos, muitas
delas mães solteiras, desempregadas e de baixa escolaridade, adeptas do
parcelamento no momento da compra; e Lutadoras (15%), a maioria de 25 a
49 anos, separadas ou viúvas, pouco ligadas à internet e ao mundo
virtual e atentas a marcas em promoção ou mais baratas.
Líderes
do cenário, Conservadoras e Tradicionais, que juntas respondem por 50%
da mostra, ainda influenciam a visão do brasileiro a respeito de
assuntos como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo e religião.
Nos próximos anos, no entanto, esses dois tipos de mulheres devem perder
o topo do ranking dos perfis para as Promissoras, então referentes a
35% do total, e para as Lutadoras, subindo para 30%. Meirelles, que
projeta esse futuro para 2035, destaca o crescimento de 100% entre essas
lutadoras por conta da mudança de vida à espreita das hoje Desprovidas.
“Essas mães adolescentes terão de enfrentar a realidade. Seus pais não
vão sustentá-las para sempre. Em busca do tempo perdido, voltarão à
escola. E, como uma coisa leva à outra, buscarão independência
financeira, quem sabe até abrirão o próprio negócio”, diz.
Também presente no evento, a jornalista Ana Paula Padrão, fundadora
do Tempo de Mulher, atualmente o maior portal feminino do país,
ressalta: “A mulher já assumiu novos papéis na sociedade, mas não abriu
mão dos antigos. Coordenar o lado profissional com o pessoal, e ainda
cuidar de si mesma, é o maior desafio atual – e um dos segredos do
sucesso. Nos Estados Unidos, a maioria das executivas bem-sucedidas não
tem filhos. Mas eu não aprecio e não concordo com esse panorama. Eu
quero tudo ao mesmo tempo!”, brincou.
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