Condomínios de São Paulo devem adquirir agora vale-refeição para distribuir a todos os seus colaboradores a partir do mês de janeiro
SÃO PAULO - Os condomínios de São Paulo terão de enfrentar alta de
gastos com pessoal no mês de dezembro, com a compra de vales-refeição
para seus funcionários. De acordo com a última convenção coletiva da
categoria, realizada em outubro, cada colaborador passará a receber, em
janeiro, R$ 5 por dia para alimentação - benefício até então inédito no
Estado. O acordo também concedeu aumento salarial de 8% aos
trabalhadores dos conjuntos.
"O peso de R$ 5 parece pequeno, mas pode ser considerável para um
condomínio com um número grande de funcionários", diz o vice-presidente
de administração imobiliária e condomínios do Sindicato da Habitação
(Secovi-SP), Hubert Gebara. As despesas com mão de obra representam, em
média, metade de todo o orçamento dos edifícios.
Ação mais indicada, a provisão de recursos para gastos adicionais com
pessoal, normalmente é decidida no início de cada ano, na assembleia
ordinária. Nela, as contas passadas são aprovadas e as futuras,
estimadas pelos moradores. Por causa dos dissídios coletivos, há
possibilidade, no entanto, de surpresas que podem exigir ajustes
financeiros - feitos em assembleias extraordinárias.
"Os condomínios precisam ver se a previsão orçamentária é suficiente
ou se vão ter de reajustar os valores (até que um novo orçamento anual
seja realizado na assembleia ordinária). Os vales-refeição começam a
valer no mês de janeiro, mas, como se deve comprá-los antes, a despesa
de dezembro já vai ser onerada", explica o diretor de condomínios da
Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São
Paulo (Aabic), Omar Anauate.
Até dezembro, outras ações também devem ser tomados por síndicos e
gestores prediais. As despesas com folha de pagamento dobram com o
pagamento do 13º salário e com alguns agrados concedidos aos
funcionários. Há, ainda, gastos com a decoração de fim de ano. "Se o
condomínio não estiver preparado, iniciará o próximo ano no vermelho, o
que é muito ruim para gestão financeira", diz a gerente geral da
administradora de condomínios Oma, Gisele Fernandes.
No Alto do Ipiranga, o síndico Fredy Armando Camacho Junior, de34
anos, preocupou-se especialmente com o décimo terceiro para manter as
contas em dia. "Para todas as surpresas, não estávamos preparados, mas
tínhamos uma previsão de que haveria alterações", conta.
Com cota de aproximadamente R$ 400 mensais, o condomínio de 120
unidades prepara-se para um reajuste no ano que vem. "Já estamos
separando os documentos necessários."
De férias. A inadimplência também pode ser um problema para os
condomínios nos últimos dias do ano, segundo a gerente de
relacionamentos da Lello Condomínios, Márcia Romão, pela dificuldade de
prever cenários. Ela recomenda aos seus clientes, além do constante
acompanhamento das contas, o adiantamento dos boletos de janeiro,
evitando que os proprietários deixem de arcar com as obrigações durante
as férias.
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