Marca de carros de luxo passa a integrar o grupo alemão.
O Grupo Volkswagen anunciou nesta quarta-feira (1º) que assumiu o
controle da Porsche. A "novela" se estendeu por 2 anos: há quase 1 mês a
empresa anunciou ter descoberto uma forma de integrar a fabricante de
carros de luxo ao seu portfólio sem precisar esperar até 2014, como
previsto.
Pela venda, a Porsche
vai receber, além de 4,46 bilhões de euros, uma ação ordinária da
Volkswagen. Respaldada pela força da nova controladora, a marca deve se
transformar de uma indústria de carros esportivos de nicho em uma
potência do luxo.
CEO da Porsche, Matthias Mueller, ao lado do chefe da Volkswagen, Martin Winterkorn (Foto: REUTERS/Fabian Bimmer)
Na última terça (31), a Porsche reportou lucro líquido de 1,15 bilhão
de euros no primeiro semestre do ano, ou US$ 1,41 bilhão, quase oito
vezes superior aos 149 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior.
Os ganhos foram impulsionados por investimentos da Volkswagen, após o acordo de integração.
Fazem parte atualmente do Volkswagen AG, além da marca de mesmo nome,
Audi, Skoda, Lamborghini, Bugatti, Bentley, Seat, e as fabricantes de
caminhões Scania e MAN. O grupo quer superar a Toyota como a maior
montadora do mundo com a meta de vender 10 milhões de veículos por ano
até 2018, por meio da combinação de aquisições agressivas, crescimento
em mercados emergentes e redução de custos produtivos. A compra mais
recente foi a da fabricante de motos Ducati pela Audi, estimada em 860
milhões de euros.
'Namoro' complicado
As negociações entre Volkswagen e Porsche começaram em agosto de 2009,
quando as duas empresas fizeram um acordo de fusão após a fabricante do
icônico esportivo 911
ter acumulado mais de 10 bilhões de euros (US$ 12,54 bilhões ) em
dívida na tentativa de comprar a Volkswagen. A holding da Porsche ainda
tinha uma dívida de 1,5 bilhão de euros. Naquela ocasião, o grupo alemão
passou a ter 49,9% das ações da Porsche.
Em janeiro de 2011, a Justiça dos EUA indeferiu um processo de um grupo
de fundos que exigia mais de US$ 2 bilhões em danos contra a montadora
alemã, mas outros processos continuavam correndo na Europa. Pelo acordo
entre as duas empresas, a fusão era prevista para ocorrer no ano
passado, mas, em setembro, a Volkswagen desistiu por conta desses riscos
legais. Esses processos alegavam que a Porsche secretamente acumulou
ações da Volkswagen e mais tarde causou prejuízos bilionários a
investidores. Além disso, pelos termos do acordo, só seria viável que as
marcas trabalhassem juntas a partir de 2014.
Em março passado, a Volkswagen adquiriu a Porsche Holding por 3,3
bilhões de euros, o que lhe deu o direito de negociar e operar a marca.
Ela também passou a ser presidida por Winterkorn.
Na semana passada, o grupo afirmou que a compra da fabricante do 911
poderia ser finalizada "antes de 2014" por meio de uma alternativa ao
acordo assinado em 2009, confirmado no início de julho, que acelerou a
fusão das marcas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário