Com faturamento de R$ 1,8 bilhão no ano passado, rede supermercadista espera alta de 15% em 2012.
Há dois anos no comando da rede de supermercados Sonda, José
Barral, ex-Assaí, parece ter conseguido imprimir na varejista um jeito
um pouco mais agressivo de expansão.
No final do ano passado, a companhia emitiu R$ 200 milhões em
debêntures e realizou, em janeiro deste ano, a aquisição de seis pontos
de venda em São Paulo.
Agora, com as novas lojas andando no ritmo da rede Sonda, o executivo dá sinais de que deseja voltar a encher o carrinho.
"No ano passado nós preparamos a empresa para isso (aquisições).
Temos dinheiro para investir", afirmou sem entrar em detalhes sobre
possíveis negociações em andamento.
"Estamos sempre observando o mercado", resumiu. Antes das lojas
negociadas por Barral, o grupo tinha feito a aquisição de apenas uma
rede em seus 38 anos de existência. A Cobal, focada nas classes C e D,
foi comprada pelo grupo em 2008, ainda na gestão do antigo presidente da
companhia, Roberto Moreno.
Bairros chiques
Outro desejo de Barral é levar suas lojas a bairros mais nobres da
capital paulista. Hoje, a maior parte delas está em regiões consideradas
periféricas. "O preço dos imóveis está alto. Mesmo assim estamos
estudando aumentar a presença em áreas mais sofisticadas", diz.
Mas apesar da vontade de ganhar velocidade na expansão por meio de
aquisições, Barral não conseguiu mudar o perfil bairrista, digamos
assim, dos proprietários da varejista, os irmãos Delcir e Idi Sonda.
Com dois centros de distribuição na região metropolitana de São
Paulo, a companhia quer crescer apenas em um raio de 150 quilômetros da
capital paulista. É nesta área que o grupo mantém suas 24 unidades.
"Os sócios já pensavam assim e acho uma estratégia adequada. Para
buscar outras regiões é preciso ter investimento em logística", diz. A
rede deve fechar 2012 com 33 supermercados. Barral acredita que os
depósitos da companhia têm capacidade para atender ao menos mais 20
pontos de venda.
Pequeno, mas eficiente
Com um faturamento de R$ 1,8 bilhão em 2011, o Sonda ocupa a 11ª
posição no ranking de maiores supermercadistas do país, segundo a
Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
A rede possui 24 lojas e apesar de estar muito distante do grupo Pão
de Açúcar, maior varejista do país com mais de 1,5 mil pontos de venda,
consegue ser mais eficiente em vendas. Em 2011, a rede dos irmãos Sonda
vendeu R$ 26,8 mil por metro quadrado. O líder do segmento, por sua
vez, chegou a R$ 18,6 mil.
Perspectivas
Apesar de um certo pessimismo entre as empresas, por conta do baixo
crescimento da economia brasileira, o Sonda deve alcançar alta de 15% no
faturamento deste ano. Quanto aos planos para 2013, Barral prefere
fazer mistério.
"Só vamos bater o martelo sobre a expansão do ano que vem em
dezembro", afirma. A respeito do futuro a longo prazo o executivo deixa
escapar uma possibilidade. "Abrir o capital pode ser um caminho",
afirma.
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