Crossover traz requinte e personalidade para quem já se cansou dos SUVs.
Pode ser uma picape, um crossover, um sedã, não importa a carroceria.
Ao entrar em um carro, a sensação é de, obviamente, estar em um carro.
No Citroën
DS5, não. O segundo modelo da linha de luxo da marca francesa a
desembarcar no Brasil traz um habitáculo completamente inédito aos
sentidos. Inspirado nos aviões e com requintes de um relógio de grife,
ao entrar neste crossover você parece estar dirigindo qualquer coisa,
menos um carro.
Interior do DS5 imita a cabine de um avião
(Foto: Gustavo Epifanio/G1)
Há tanto detalhe que é impossível listar, mas quem já entrou na cabine
de um jatinho, vai notar na hora a primeira semelhança: o ambiente
sóbrio, com boa visão panorâmica na parte dianteira, teto baixo e linha
de cintura alta. E qual é a primeira reação? Abrir os vidros. Em um
primeiro momento, a sensação é claustrofóbica mesmo. Mas depois,
acostuma-se com a nova proposta de condução.
Voltando aos vidros, lúdico e bem divertido é o sistema inventado para
abrir as 3 cortinas individuais do teto panorâmico tipo cockpit, todas
elétricas. O comando fica em um console no teto, como em aviões. Ele
consegue ser mais diferente do que a “bolha” do novo C3, mas ao invés de
ampliar, torna o ambiente interno intimista.
Concorrentes DS5 (Foto: Editoria de Arte/G1)
saiba mais
É a partir desse ponto que quem dirige o DS5
começa a se lembrar de que existe um volante, um câmbio e pedais. É a
hora de apertar o botão da ignição e tirar o crossover do lugar. O G1
avaliou a convite da montadora o DS5 em um percurso de mais de 200
quilômetros de ida e volta de São Paulo a Itu. Como a proposta da
Citroën é oferecer a postura de um cupê no universo do Grand Turismo
(carros de corrida), o conforto ao dirigir é ponto principal do teste.
O modelo tem volante em posição ligeiramente vertical, assoalho
levantado e alavanca de câmbio no prolongamento direto do antebraço para
deixar a condução confortável. O que de fato é, especialmente pela
posição de dirigir mais alta, característica dos crossovers (mistura de
conceito de SUV com station wagon, neste caso). Mas o teto baixo e os
vidros laterais pequenos cansam ao fechar conjunto com painel e bancos
escuros, pois torna o ambiente mais sóbrio.
Citroën DS5 propõe linhas arrojadas e com
requinte de modelos luxuosos
(Foto: Gustavo Epifanio/G1)
Carro pesado
Ao acelerar, o motor 1.6 THP (turbo) de 165 cavalos de potência máxima é
apagado pela robustez do crossover de peso bruto total de 1.998 kg -
algo que não se observa no mais leve DS3.
O propulsor parece não ter tanto ânimo assim para aguentar os comandos
do pedal do acelerador. Por outro lado, o torque máximo é de 24,5 kgfm a
1.400 rpm, o que garante boas saídas e retomadas. As frenagens são
precisas, mas, na estrada, percebe-se que, como em um SUV, as proporções
do modelo e seu centro de gravidade não colaboram com a estabilidade do
carro. É pouco, mas a traseira puxa.
A suspensão é mais dura, então, na cidade, é notado um tom “seco” nas
valetas, por exemplo. Mas não deixa o carro desconfortável para quem
está na frente. Já na parte de trás, as trepidações são sentidas com
mais intensidade. Quem tem o estilo de dirigir mais agressivo não vai
gostar tanto da pegada do DS5, mas quem opta pelo passeio em velocidade
de cruzeiro, terá no crossover da Citroën o carro ideal, especialmente
quem não gosta do jeito abrutalhado dos SUVs.
O DS5 vem com controle de tração inteligente, acoplado ao ESP e ao ABS +
REF + AFU. O modelo, que recebeu nota máxima no EuroNcap, com 5
estrelas, também conta com 6 air bags de série (frontal, lateral e
cortina).
Bancos DS5 têm metalassê feito a mão
(Foto: Gustavo Epifânio/G1)
Acabamento impecável
O que o modelo da Citroën supera qualquer concorrente dentro deste
perfil que vai de peruas a utilitários esportivos nessa faixa de preço,
dos R$ 130 mil é o requinte. E é esse o ponto de conquista perante BMW
X1 e Volvo V60, por exemplo. Simplesmente, o acabamento interno do DS5 é
impecável para a categoria.
O couro utilizado é natural, por exemplo, e fornecido pela mesma
empresa que atende a inglesa Aston Martin. Sem remendos, os encostos e
assentos dos bancos imitam a pulseira dos relógios. O metalassê é feito
artesanalmente, com uma costura especial. Já o painel é todo em material
macio ao toque e os detalhes são de alumínio e cromados “de verdade”,
como definiu o responsável de estilo do DS5, Fabien Farche. O banco do
motorista conta ainda com massgem na região lombar - basta acionar o
botão que fica na lateral do assento.
Relógio analógico do DS5 é uma 'joia dentro da joia'
(Foto: Gustavo Epifânio/G1)
Outro regalo de luxo é o relógio analógico embutido no painel, que a
Citroën oferece como uma “joia dentro da joia”. “É uma referência à
Maserati, que sempre teve relógios analógicos nos carros”, comenta
Farche. “Até o vermelho dos botões é feito com uma tinta especial, para
se ter ideia do nível de detalhes deste projeto”, destaca.
De volumes densos, externamente o crossover chama a atenção por ter um
estilo bem diferente. A frente tem entrada de ar enorme e ampla grade
frontal cromada integrando os chevrons, símbolos da marca, e LEDs. Com
fortes vincos, que formam flancos, foram criados para misturar sombra e
luz, que é refletida por uma “espada” cromada, que vai da ponta do farol
até os vidros dianteiro. A sombra ganha destaque pelo desenho em relevo
do para-lama traseiro. Já a traseira em formato de pirâmide é
valorizada pelos dois canos de escapamento integrados ao para-choque
traseiro e pelas 6 guias de luz.
Citroën DS5 entra na estratégia de fortalecer a
marca francesa (Foto: Gustavo Epifânio/G1)
Conclusão
Dá para passar horas buscando no DS5 todos os detalhes que os franceses
inventaram para criar este carro tão parisiense, como a própria equipe
de estilo gosta de definir. Por se tratar de um crossover com linhas
inovadoras, mas extremamente elegantes, o DS5 é o carro para homens e
mulheres na faixa dos 50 anos para cima, que não simpatizam com os SUVs,
mas gostam da posição de dirigir alta e de bom espaço interno.
A Citroën pretende vender 500 carros por ano do modelo, respeitando o
conceito de exclusividade existente no segmento de luxo. Uma estratégia
inteligente para reposicionamento bo mercado, que, com a linha DS,
pretende aumentar a credibilidade na qualidade da marca e, assim, vender
mais os modelos fora da linha DS, como C3, C4 e C5.
Nenhum comentário:
Postar um comentário