A cidade de São Paulo ganhou, até outubro, o menor número de novas
moradias em oito anos, depois que as construtoras pisaram no freio para
se ajustar à desaceleração da demanda por imóveis.
Entraram no mercado 18,9 mil unidades nos dez primeiros meses de 2012, o total mais baixo para o período desde 2004.
Os dados compilados pelo Secovi-SP, sindicato que representa as
construtoras, referem-se a unidades na planta ou em construção e serão
divulgados nesta segunda-feira (10).
Dicas para comprar um imóvel
O
Secovi-SP (Sindicato da Habitação) dá dez dicas para quem quer comprar
um imóvel. Primeira: avalie o valor que pretende e que pode gastar. Leve
em conta as necessidades da família
Na comparação com o resultado de janeiro a outubro do ano passado, houve
redução de 29% do número de moradias novas. Esse total havia subido em
2010 (25%) e ficado praticamente estável em 2011 (aumento de 1%).
A retração em 2012 é pouco maior que a vista em 2009 (28%), ano que
sucedeu o início da crise financeira internacional e em que a economia
brasileira encolheu 0,3%, segundo dados revisados do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 2012, a estimativa de mercado é que o PIB (Produto Interno Bruto) cresça 1,3%.
"O mercado imobiliário está passando por um ajuste entre oferta e
demanda, o que é extremamente saudável", diz Celso Petrucci,
economista-chefe do Secovi-SP.
As vendas de novas moradias neste ano dão respaldo à avaliação de que o mercado começa a se equilibrar.
Depois de recuar 21% de 2010 para 2011 --considerando sempre o período
de janeiro a outubro--, a comercialização de imóveis recém-lançados
diminuiu bem menos neste ano: 3%.
Foram negociadas 21,2 mil unidades, mais que o número de imóveis que entraram no mercado (18,9 mil).
Nesse cenário, os estoques, que incluem moradias com três anos após o
lançamento, também subiram menos. Houve aumento de 17% em 2012, para
17,4 mil unidades. No ano passado, o crescimento havia sido de 51%.
Na avaliação de Petrucci, o estoque entre 15 mil unidades e 22 mil
unidades é compatível com o mercado paulistano. "O estoque nesse nível
funciona até como regulador dos preços. Os valores têm subido bem menos
que em anos anteriores."
MERCADO IMOBILIÁRIO
Com menos lançamentos e demanda mais fraca, o valor geral de venda dos
imóveis novos --que é o quanto seria movimentado se todas as moradias
que entraram no mercado de janeiro a outubro fossem comercializadas--
caiu 18% entre 2011 e 2012.
Mesmo assim, a cifra bilionária segue em dois dígitos: R$ 10 bilhões.
Nos 12 meses encerrados em outubro, são R$ 15,3 bilhões --o equivalente a
36% do Orçamento previsto para a capital paulista em 2013, de R$ 42
bilhões.
As vendas efetivamente contratadas ficam na mesma ordem de grandeza: R$
10 bilhões nos primeiros dez meses do ano e R$ 13 bilhões em 12 meses,
até outubro.
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