Rede comunicou que irá concentrar operação em hipermercados e em sua financeira, com alvo na classe C
O grupo francês Carrefour está deixando de operar em comércio
eletrônico no Brasil. A empresa anunciou o fato em seu site nesta
sexta-feira, 07. A empresa alega que a medida é parte de uma
reestruturação que a operação no Brasil vem realizando há dois anos.
Também afirmou que a intenção é concentrar esforços nos hipermercados e
na Carrefour Soluções Financeiras, com foco no atendimento da nova
classe média.
No próprio site (www.carrefour.com.br), o
Carrefour disponibilizou um endereço de e-mail e um telefone para os
clientes consultarem pedidos e obter outras informações relacionadas a
eles.
Há algum tempo o Carrefour vem passando por dificuldades
no mercado brasileiro o que fez, inclusive, com que a rede cogitasse a
fusão com o Grupo Pão de Açúcar (GPA), causando mal estar entre Abílio
Diniz e o Casino, que assumiu a operação do GPA este ano. Mesmo assim, o
Carrefour figurou em segundo lugar na lista dos 10 maiores varejistas,
em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo
(Ibevar), com faturamento de R$ 28,8 bilhões. Fontes ouvidas pelo Meio & Mensagem estimam que o faturamento de sua operação de e-commerce, isoladamente, tenha sido de R$ 500 milhões no período.
A operação de e-commerce do Carrefour foi liderada por Jonas Ferreira
(então egresso da Pernambucanas). Após o lançamento, o executivo
permaneceu no Carrefour por cerca de um ano e meio.
Gerson
Rolim, diretor de comunicação da Câmara e-Net, que reúne empresas que
atuam no comércio eletrônico, lamentou a decisão do Carrefour. “Ficamos
tristes e abismados com um movimento como esse, visto que nada cresce a
taxas entre 25% e 30% no Brasil como o e-commerce”, disse Rolim. O
executivo avalia que a medida, pensando no mercado como um todo, não é
uma decisão natural.
Ele lembra que também as Pernambucanas,
quando decidiram sair do e-commerce, não explicaram muito bem a decisão.
E empresas europeias, segundo ele, costumam ser ainda mais restritivas
em relação à liberação de informação sobre seus negócios no País. Para
Rolim, elas podem até voltar, mas “a perda de market share nessa
operação de sair e voltar é inestimável”.
+
O comunicado publicado no site do Carrefour no Brasil.
Crédito: Reprodução site Carrefour
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