terça-feira, 4 de setembro de 2012

Uma mídia do eleitor, não do candidato



  A internet é um ambiente que permite que com inovação, ousadia e qualificação se concorra com o poder monetário das grandes empresas. Velhos modelos têm pouca efetividade na web e quem domina os novos modelos são pessoas que pensam de forma diferente da lógica convencional. Um bom exemplo de como modelos antigos parecem pesados no ambiente online são os perfis criados nas redes sociais na época da eleição. Muitos políticos, para aparentar modernidade, viram motivo de chacota por tentarem reproduzir na rede o modelo de panfletagem que utilizam nas ruas.


Muito se fala do sucesso de Obama nas redes sociais. Porém, poucos vão a fundo para entender qual a postura que a equipe do candidato democrata adota para cativar as pessoas. Para mim, a estratégia dá certo por um motivo específico: a equipe se preocupa em oferecer plataformas e deixar que os próprios internautas criem o conteúdo. Uma das grandes sacadas, a meu ver, e que ilustra bem como aproveitar o poder de compartilhamento para agregar valor, é o site Design for Obama, que foi utilizado na eleição de 2008 e agora também na corrida presidencial deste ano. Nele, as pessoas podem criar e postar cartazes sobre Obama, o que ajuda a aproximar e a humanizar mais a imagem do atual presidente americano, além de gerar muito conteúdo para a equipe de campanha. 

É fácil apontar os erros, mas é bem mais difícil adotar a postura de abertura e compartilhamento. Vivemos por muitos anos em um modelo que pregava a propriedade da informação como um valor basilar. É a velha história de “informação é poder”. Esse paradigma explica por que alguns órgãos públicos relutam em cumprir plenamente a Lei de Acesso à Informação. Porém, essa é uma batalha perdida, pois muitos jornais já criaram campos para receber informações “sigilosas”, no modelo doWikiLeaks.

Texto de Pedro Valadares tirado do Observatório da Imprensa

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