Mais do que passar adiante a gestão predial, os edifícios que
contratam síndicos profissionais precisam aprender a dividir as atenções
com outros conjuntos. E não podem se descuidar da avaliação contínua
dos serviços, na medida em que esses trabalhadores, como qualquer um no
exercício do cargo, respondem juridicamente pelo condomínio.
Os síndicos profissionais acumulam em geral a gestão de alguns
edifícios. O número varia de acordo com o tamanho, o padrão e o tipo de
empreendimento – residencial ou comercial -, além das condições
físicas, judiciais e financeiras do prédio.
Daniella Bergamo, de 40 anos, está à frente de seis, todos de alto padrão e cinco deles residenciais: “Há sete anos, comecei administrando meu condomínio, que tem quatro torres. Na época, ninguém quis”, conta. O bom desempenho gerou, segundo ela, o interesse dos prédios vizinhos por seu trabalho. “Comecei profissionalmente há três anos.”
Daniella Bergamo, de 40 anos, está à frente de seis, todos de alto padrão e cinco deles residenciais: “Há sete anos, comecei administrando meu condomínio, que tem quatro torres. Na época, ninguém quis”, conta. O bom desempenho gerou, segundo ela, o interesse dos prédios vizinhos por seu trabalho. “Comecei profissionalmente há três anos.”
A síndica tem uma rotina regrada para atender aos clientes. Separa
todas as quartas-feiras do ano para reuniões com os conselheiros dos
conjuntos e visita, pelo menos uma vez por semana, os edifícios, além de
participar das respectivas assembleias com moradores. Daniella também
mantém duas colaboradoras para tarefas de apoio. Uma delas apenas para
ler e responder os cerca de 50 e-mails que recebe todos os dias. A
outra para atuar como supervisora operacional em vistorias semanais
pelos edifícios – outra análise, mais criteriosa, ocorre
semestralmente. “Tenho de ser acessível”, diz.
A profissional informa seus telefones e seu e-mail a todos os
condôminos com os quais tem contato. “Os problemas que eles relatam me
ajudam a administrar. E os funcionários tomam cuidados porque sabem que
os moradores me contam tudo se algo acontece”, explica.
Ajuda. Daniella Bergamo mantém duas colaboradoras para auxiliá-la (Foto: Daniel Teixeira/AE)
O vice-presidente da Associação dos Síndicos Comerciais e
Residenciais do Estado de São Paulo (Assosíndicos), Renato Daniel
Tichauer, que também é síndico profissional, afirma ser um mito a ideia
de que os gestores moradores são mais presentes do que os contratados,
prestando, por isso, um melhor atendimento. “Os moradores, com exceção
dos aposentados, têm outras atividades. Eu, quando era apenas síndico
do meu prédio, dedicava só meus fins de semana ao condomínio.”
Em condições normais, duas ou três visitas por semana são suficientes
para a realização de um trabalho adequado, segundo Tichauer – mas esse
número pode se estender quando necessário. Além disso, diz ele, muitas
das atribuições do cargo envolvem tarefas próprias de escritório, que
podem ser feitas a distância.
O representante da Aabic trabalha em quatro conjuntos e realiza seu
trabalho sozinho, embora reconhece já ter pensado em montar uma equipe
de apoio. “Muitas vezes os condôminos querem me ver no edifício, e não
outra pessoa”, diz. Ele também considera delicada a delegação da tarefa
de responder e-mails. “Cada pessoa tem uma maneira de escrever. É
complicado passar isso para um funcionário. “
Valores. A contratação de um síndico pode elevar os
gastos de um condomínio, tornando essa uma opção para apenas alguns
deles. A adesão ao serviço profissional é mais comum em edifícios
novos, de alto padrão, que preferem comodidade, e nos condomínios-clube,
com grande infraestrutura.
De acordo com o diretor de condomínios da administradora
Habitacional, Marcio Bagnato, os custos para a contratação de um síndico
variam no mercado de R$ 2,5 mil a R$ 6 mil. “Como a profissão não é
regulamentada, deve-se verificar as referências do profissional em três
ou quatro prédios. E é importante fazer uma pesquisa de informações
cadastrais para saber se ele não tem ações em andamento e pendências
financeiras. O síndico é representante legal do condomínio e gerencia o
dinheiro dos condôminos”, justifica.
Algumas empresas também prestam serviços de sindicância. A
administradora Auxiliadora Predial mantém gestores em 60 condomínios.
Eles têm liberdade administrativa, mas é a companhia quem autoriza
formalmente as ações indicadas pelos colaboradores. “E sempre nos
reportamos aos conselhos”, diz a gerente do pacote Gestão Total da
Auxiliadora, Ângela Del Pino.
O serviço inclui a visita semanal de um supervisor operacional, além
de uma espécie de auditoria das condições prediais realizada a cada
semestre por um gerente de processos, que avalia o desempenho dos
gestores. “Isso dá uma renda variável para os profissionais, e é uma
forma de amarrar o serviço com padrões de qualidade”, explica.
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