Consumo dos modelos e falta de equipamentos da picape da GM, indicam que a melhor opção ainda é pelas versões a diesel
Carsale - Assistimos nos últimos meses um movimento intenso no
terreno das picapes médias. Praticamente todas as montadoras
atualizaram seus produtos (com exceção da Ford que lançará a nova Ranger
no mês que vem ), oferecendo pequenas alterações, ou trazendo para o
mercado gerações mais atuais e totalmente inéditas.
Fato que fica
bem claro num embate entre Toyota Hilux e Chevrolet S10. A primeira
trouxe novos parâmetros para o segmento. No final do ano passado, a
marca japonesa deu um “tapinha” no visual do modelo, oferecendo mais
equipamentos e pequenas atualizações estéticas. Já a segunda é líder de
vendas já há algum tempo, mas precisava se atualizar, já que não recebia
mudanças efetivas desde o seu lançamento. No final do ano passado,
seguindo a estratégia de renovar sua gama de produtos, a General Motors
resolveu o problema e apresentou uma nova geração completamente
renovada.
E além desse movimento de atualizações, focando no
aumento da renda média dos brasileiros, que cada vez mais começam a
mirar em modelos mais caros (como é o caso das picapes, sempre na faixa
dos R$ 80 mil/ R$100 mil), há também na mira das fabricantes a boa
procura pelas versões bicombustível. Algo que, nesse caso, transparece
outra tendência: a tentativa de abranger mais o cliente das zonas
urbanas.
Não é de hoje que o perfil de quem compra picapes médias
inclui algum refúgio, como fazendas e sítios, entre suas propriedades.
Se não moram nesses locais, os utilizam como casas de veraneio.
Portanto, (sem mostrar números reais) as duas marcas argumentam que a
porcentagem de clientes moradores das cidades e que optam por picapes
está crescendo. Sendo assim, eis a justificativa para adicionar na gama
de versões esses gigantes movidos a etanol/gasolina, mais silenciosos
que os a diesel.
Mas o preço compensa?
Conversando
qual qualquer consultor de mercado do setor automotivo, ele irá
afirmar: “o principal benefício das picapes bicombustível é o preço.
Realmente, o valor é mais acessível que as versões movidas a diesel.
Neste teste, ambas as personagens são topo de linha (S10 LTZ e Hilux
SRV). A versão avaliada da Chevrolet tem preço sugerido de R$ 84.400,
enquanto que a picape da Toyota está com o valor estipulado em R$
103.420. O que explica a grande diferença é que o modelo topo de linha
da GM não pode ser equipado com câmbio automático e tração 4x4 quando
vem com motor flex. Deixando de lado a disputa de preço entre ambas,
vamos às próximas análises, ou seja, conforto, desempenho, consumo,
entre outros quesitos.
Conforto e lista de equipamentos
O
conforto de uma picape grande é algo discutível. Afinal esse tipo de
veículo é desenvolvido para enfrentar situações com grandes
adversidades. Então a sutileza é substituída pela força. Algo que vem
evoluindo, agregando também outros aspectos. Entre as versões
bicombustível e a diesel das duas picapes não há diferença. Mas, há
questões de relevância. O design da S10 é mais atual e estiloso. As
linhas da picape, baseadas na nova Colorado, chamam a atenção.
A
Hilux não é tão bela, trazendo um visual mais sóbrio, característico
dos produtos da Toyota. Trata-se da mesma impressão que fica ao entrar
na cabine do modelo da marca japonesa. As cores e linhas do acabamento
interno e o desenho dos equipamentos diferenciam bem as características
de ambas (um bom exemplo é o ar-condicionado digital da S10, com
mostrador azul em contraste com o bem mais tradicional da Hilux) Já a
lista de itens de série é semelhante. Há direção hidráulica, freios ABS
com EBD, ar-condicionado digital, regulagem elétrica dos bancos,
controles do sistema multimídia no volante, entre outros.
A
grande diferença talvez esteja no conjunto mecânico. A versão topo de
linha da picape da Chevrolet oferece apenas câmbio manual e a tração
4x2. Enquanto que o modelo da Toyota traz a transmissão automática e
tração 4x4. Aqui podemos voltar no assunto preço, já que esse é o
principal motivo para a grande disparidade de valores, quando comparamos
os dois modelos concorrentes (lembrando a LTZ bicombustível da GM custa
R$ 84.400 e a SRV da montadora japonesa R$ 103.420. Uma diferença de
aproximadamente R$ 20 mil).
O conjunto mecânico é a grande questão
Assim
chegamos ao fator determinante que leva a optar pela Hilux ou S10, ou a
escolher entre uma picape média movida a etanol/gasolina ou a diesel.
No caso do comparativo entre os dois modelos concorrentes, o troféu vai
para a Toyota. O fato de ter opção câmbio automático e tração integral
com motor flex dá mais conforto e segurança, tanto em situações de
estrada (retomadas e ultrapassagens) como em momentos fora de estrada
(terrenos de lama e barrancos).
Além disso, a Hilux possui um
conjunto mais bem acertado. O motor 2.7 VVT-i de 158 cavalos de potência
(diga-se de passagem que é o maior propulsor quatro cilindros a
gasolina/etanol produzido no mundo), apesar de beberrão, oferece mais
agilidade. As respostas são mais rápidas em qualquer situação, tanto nas
ultrapassagens, quando nas acelerações. Segundo as medições do Instituto Mauá de Tecnologia,
para retomar de 40 a 120 km/h, a picape da Toyota precisa de 21,4
segundos, ante 23,6 do modelo da Chevrolet. E para acelerar de 0 a 100
km/h, a Hilux cravou 15,6 segundos, antes dos 16,3 segundos da rival.
Isso mostra, entre outros aspectos, que o motor 2.4 Flexpower, de 141
cv, da GM, mesmo com a leve atualização que sofreu para o lançamento
desta nova geração, rende menos. Ele responde de forma mais lenta,
quando exigido. Transparece de forma mais evidente o quanto sofre para
movimentar os 1.825 kg da S10.
Ambos os utilitários são
beberrões, mas o modelo da Chevrolet se sai um pouco melhor quando o
assunto é consumo, mas figurando quase um empate técnico. Ainda
conforme o IMT, a S10 faz 6,9 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada,
contra 6,4 km/l e 10,4 km/l da Hilux, respectivamente. Vale lembrar que o
modelo da Toyota consegue marcas bem próximas da concorrente, mesmo com
cilindrada maior e câmbio automático, o que pode ser considerado um
mérito.
Veredicto
A
primeira questão a ser resolvida pelo cliente é entender qual sua real
necessidade. Mesmo com preços mais acessíveis, pensar duas vezes em
adquirir uma picape flex é o mais recomendável. O investimento pode sair
pela culatra, ao colocar na ponta do lápis o quanto será gasto de
combustível ao longo dos próximos meses, ainda mais agora que abastecer
com etanol é compensador apenas em São Paulo.
Se mesmo assim, a
escolha for pela picape movida etanol/gasolina, vá de Toyota Hilux.
Apesar de ser um projeto mais antigo e que precisará em breve de mais
novidades, o modelo japonês fica com uma vitória apertada nesse
comparativo, já que mostrou ter um conjunto mecânico mais bem
acertado,além de mais estável na estrada e seguro nas situações fora de
estrada (já que oferece a tração 4x4). Apesar da diferença de valores
entre os dois modelos, o fator preço não pesa tanto levando em conta o
perfil de quem pode investir um pouco mais para ter um produto com um
custo-benefício superior nas mãos.
Avaliação Carsale
Hilux CD 4x4 SRV Flex
S10 CD 4x2 LTZ Flex
Posição de Dirigir
Acabamento
Segurança
Estilo
Consumo
Custo/Beneficio
Itens de série
Espaço Interno
Desempenho
Ergonomia
Conjunto mecânico
Conforto
Avaliação Carsale
3,83
3,58
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