Modelo traz o bom conteúdo do sedã, mas com alguma pitada de esportividade. Só o preço ficou salgado
A Chevrolet quer conquistar a burguesia para depois, quem sabe,
partir para a classe trabalhadora. Pelo menos assim ela posicionou o
Cruze Sport6, que nada mais é que a versão hatch do seu sedã. O modelo
chega ao mercado com preço básico de R$ 64.900 (bem acima dos rivais) e
em apenas duas configurações LT e LTZ, que podem vir equipadas com
câmbio manual ou automático, ambos de seis velocidades. Por isso, o
número 6 no sobrenome do carro. Já o Sport fica mais por conta do
pessoal do marketing da fabricante, como você verá adiante.
Na dianteira, o visual é o do Cruze sedã. A exceção fica por um
discreto spoiler na parte de baixo do para-choque e pela moldura dos
faróis de neblina, que traz detalhes cromados. A história muda a partir
da coluna C. A carroceria do hatch foi encurtada em nove centímetros em
relação ao irmão. Porém, o entre-eixos (de 2,68 m) permaneceu o mesmo.
Azar do porta-malas, que perdeu alguns litros, mas não muitos.
Caiu de 450 l para 402 l (o líder neste quesito é o Peugeot 308 com
430 litros). O desenho da traseira não é exatamente esportivo, mas passa
esportividade com um discreto aerofólio e difusores na parte de baixo
do para-choque. Mesmo assim, a palavra correta seria: sóbrio (ao gosto
da burguesia).
Curiosamente, apesar da caída acentuada da traseira, o teto no banco
traseiro ficou mais alto em 1,5 centímetro. Boa notícia para a cabeça
dos ocupantes. O mesmo não pode ser dito para as pernas, já que pessoas
com mais de 1.80 m raspam no banco da frente, quando este está todo para
trás.
Hora do teste / O caçula manteve o bom acabamento do
irmão meio ano mais velho. Porém, os tons de cor da cabine foram
escurecidos para privilegiar a “esportividade”, conta o pessoal da
Chevrolet. O resultado ficou interessante.
A marca disponibilizou a versão LTZ (topo de linha) para o teste. A
surpresa é que no caso do hatch ela pode vir equipada também com câmbio
manual. Muito mais esportivo, não acha?
O problema é que o hatch não nega o berço. Apesar de a marca colocar
grandes rodas aro 17 calçadas em largos pneus 225/50 e enfeitar o Sport6
com spoiler na dianteira, saias laterais e aerofólio na traseira, a
pegada do hatch é igual ao do sedã. Também, não era para menos. Os dois
dividem o motor 1.8 Ecotec6 que pode render até 144 cavalos de potência
máxima com etanol.
Em um trecho de 80 quilômetros, o 1.8 mostrou fôlego, mas nada de
arrancadas bruscas. Já a suspensão está na medida para as nossas ruas.
Segura nas curvas sem ser muito dura.
O câmbio merece elogio pelos engates precisos e alavanca curta. A
sexta marcha é bem-vinda na estrada. Girando a 120 km/h, as rotações não
passam das 2.800 rpm. Nesta condição, o computador de bordo marcou 11,6
km/l (mesmo abastecido com um percentual maior de álcool). Na cidade
foram 6,8 km/l. Já a direção elétrica poderia ser um pouco mais pesada
em velocidades acima dos 100 km/h.
Enfim, bem equipado e com um conjunto mecânico refinado, o Cruze
Sport6 tem tudo para entrar na alta roda. Quem não tem uma conta
bancária recheada deve torcer para que a Chevrolet lance uma versão,
digamos, voltada às massas.
Ficha Técnica / Sport6 Lt manual
PREÇO: R$ 77.400
ORIGEM: Brasil
MOTOR: Transversal, dianteiro, 1.796 cm³, quatro
cilindros em linha, 16 válvulas, CVVT, flex. Potência máxima de 140 cv
(gasolina) a 6.300 rpm ou 144 cv (etanol) a 6.300 rpm. Torque de 17,8
kgf.m (gasolina) a 3.800 rpm ou 18,9 kgf.m (etanol)
a 3.800 rpm
a 3.800 rpm
TRANSMISSÃO: Câmbio manual de 6 velocidades. Tração dianteira
DIMENSÕES: 4,51 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,47 m de altura e 2,68 m de entre-eixos
FREIOS: Discos na dianteira e na traseira
PNEUS: 225/50 R 17
DESEMPENHO: De 0 a 100 km/h em 10,8 s (gasolina) e 10,7 s (etanol). Velocidade máxima de 203 km/h (g) e 204 km/h (e)
TANQUE: 60,3 litros
PORTA-MALAS: 402 litros
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