Além da tradicional análise da saúde financeira da empresa, o relacionamento com cliente, funcionários e o sistema operacional também devem ser considerados
São Paulo - Dívidas, calotes, empréstimos, salários atrasados. Quando o
assunto é problema nas empresas, a primeiro coisa que vem à cabeça têm
relação com o lado financeiro. Porém, outros fatores podem guardar a solução para falhas que parecem fatais.
Segundo o professor Gestão Estratégica do Instituto de Ensino e
Pesquisa (Insper) David Kallás, há metodologias para avaliar o
desempenho da empresa e isso sugere que você olhe várias dimensões do
negócio. “Historicamente as empresas só olhavam para os resultados
financeiros, mas na realidade ele é a mesma coisa que olhar no
retrovisor”, destaca o especialista, em referência ao que provoca esses
resultados ruins.
Para professor de Empreendedorismo e Inovação da Business School
Evandro Paes dos Reis o primeiro passo é detectar em que setores há
problemas e, então, traçar estratégias para solucioná-los. Segundo ele, a
percepção de que as coisas nas pequenas empresas
são mais difíceis é equivocada. "É muito mais fácil controlar pequenas e
médias do que grandes corporações. Não há necessidade de ter 50
métricas de finanças ou 30 fatores de análise de recursos humanos".
A construção de um painel simples com alguns indicadores
a serem avaliados na empresa. "Tentar gerenciar sem ter dados é algo
muito complexo, só no olho não adianta, por isso esse painel é uma
referência bacana", destaca David Kallás, professor do Insper. Os
especialistas destacaram algumas métricas a se considerar no momento de
avaliar a situação do negócio:
1. Financeiro
Apesar de existirem outros fatores, a análise financeira é crucial para
saber se algo não está bem no negócio. Faça avaliações sobre a receita,
os custos fixos e variáveis e os resultados. Como explica David Kallás,
há duas formas de avaliar os resultados: sobre o lucro e a partir do
caixa da empresa. “Às vezes, pode lucrar, mas há problemas no caixa,
seja porque está com um estoque grande, vendendo muito a prazo e
demorando a receber”, destaca.
2. Cliente
Na visão do professor do Insper, é ideal que o empreendedor tente medir
a satisfação dos clientes em relação aos produtos ou serviços
prestados. “Pode ser com um questionário, ligações ou conversas”,
afirma. O importante é construir dados qualitativos, não importa o meio
utilizado pra isso, que permitam saber a opinião e mudar, se for
preciso. “Ao invés de perguntar se o cliente esté satisfeito, o melhor é
questionar sobre a recomendação do serviço”, pondera Kallás. E garante:
um serviço recomendado é o sinal mais eficaz de um bom relacionamento
com o cliente.
Canal de relacionamento muito dinâmico, a internet pode ser um oásis ou
um inferno para qualquer empresa. Por isso, a dica do professor Evandro
dos Reis é ficar em alerta para reclamações na rede que, segundo ele,
exigem um acompanhamento mais próximo.
3. Pessoas
É essencial ter um quadro de funcionários bem composto e observar
sempre o clima entre eles. "É importante ter a real noção do
relacionamento entre seus colaboradores, se é tenso ou positivo e como é
entre chefes e subordinados". Além disso, destaca Kallás, é bom estar
atento ao fato de haver alguém sobrecarregado e cuidar para sempre haver
uma boa divisão de tarefas.
Evandro dos Reis relaciona alguns outros aspectos que podem identificar
um problema entre os funcionários. "Se há dificuldade de contratar,
muita gente saindo ou fofocas e intrigas, é porque há algo errado",
avalia. Além disso, reuniões longas e inconclusivas também são um mau
sinal.
Ele destaca, ainda, que 90% dos problemas com pessoal estão
relacionados ao estilo gerencial, mas também podem estar atrelados a
salário e ambiente corporativo.
4. Operação e tecnologia
Outro ponto que pode indicar falhas na empresa são problemas
operacionais como o não cumprimento dos prazos de entrega, ausência de
produtos no estoque, processos mal executados e produtos com falhas.
Além disso, é indicado observar se os sistemas implantados no negócio
suprem a necessidade da empresa. Ficar em falta com o cliente é um
péssimo sinal.
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