Golpes, cujo impacto no setor é estimado em R$ 1,87 bilhão, podem representar até um quinto do preço das apólices.
As seguradoras estão usando redes sociais e uma espécie de "ficha
limpa" para combater as fraudes, que chegam a representar um quinto do
preço do produto, segundo estimativas de especialistas do mercado.
Com a queda do juro básico, que traz um desafio quanto aos ganhos com
as aplicações das reservas técnicas (montante provisionado para fazer
frente aos riscos), e o aumento da competitividade no setor, a
necessidade de tornar a operação de venda de apólices mais eficiente
ganha destaque.
Em 2011, as fraudes consideradas suspeitas somaram R$ 1,87 bilhão,
sem alteração frente a 2010, enquanto as realmente comprovadas chegaram a
R$ 340 milhões, avanço de 18% sobre 2010.
"Ao combater o problema, a seguradora consegue reduzir preços e
aumentar a participação de mercado; ou reduzir os custos e trazer mais
resultados", diz o especialista em prevenção e combate a fraudes em
seguradoras do SAS, prestador de serviços em inteligência analítica,
Ricardo Saponara.
Uma análise de campo sobre uma possível fraude pode chegar a ter um
custo de R$ 500 por cada caso para as seguradoras, de acordo com
Saponara.
Entre as soluções encontradas para as fraudes, está analisar melhor o
cliente na hora de vender o produto. "Na prevenção, pode-se agir
selecionando melhor o risco", diz Julio Avellar, superintendente da
central de proteção ao seguro da CNSeg (Confederação Nacional de
Seguros).
A última tendência tem sido analisar dados de inadimplência e
processos judiciais, para montar uma espécie de ‘ficha limpa', como
acontece na Chubb Seguros.
Outro ponto em que as empresas têm investido é em tecnologia,
inclusive com a busca de informações em redes sociais. "Desta forma, é
mais fácil desmascarar quadrilhas", destaca Saponara.
Estudo da SAS feito nos Estados Unidos, exclusivo ao Brasil Econômico,
revela que 88% das seguradoras estão implementando tecnologias
anti-fraudes e que 31% devem aumentar o orçamento para isso em 2013.
Por lá, estima-se que os custos com as fraudes no setor exceda US$ 30
bilhões e que os sinistros questionáveis cresceram 19% entre 2009 e
2011.
Segundo o executivo, as fraudes representam, em média, seis pontos
percentuais no índice combinado nas seguradoras, indicador que mede o
consumo do faturamento para despesas operacionais com o negócio de
seguros (sinistros retidos, despesas de comercialização e
administrativas).
Acima de 100%, representa prejuízo, situação de 29 das 50 maiores
seguradoras em prêmios emitidos, de acordo com dados de setembro da
consultoria Siscorp.
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