Com liderança em dose tripla no atendimento, JWT quer conquistar mais clientes locais e projetos além de propaganda
A JWT completa a série de mudanças na estrutura de liderança
promovidas por Ezra Geld desde que assumiu o cargo de COO em setembro de
2011. No movimento mais recente, a agência contrata Clineu Junior,
ex-Loducca, e estabelece uma trinca de líderes para o setor de
atendimento.
Além dele, compõem a estrutura Carol Escorel,
contratada junto à iProspect em setembro, e Luciana Rodrigues, que está
na agência desde 2003 e que foi promovida. Antes, a agência tinha apenas
uma diretora-geral, Fernanda Antonelli, que ficou 15 anos na empresa e
hoje atua na AlmapBBDO como diretor de serviços a clientes.
O
cargo dos três é de diretor de negócios, uma nomenclatura que traz um
novo significado para a própria atuação do atendimento. “Sentia que o
setor, com o tempo, acabou se tornando muito mais reativo do que ativo.
Com essas novas lideranças, esperamos ter um papel mais próximo ao
negócio do cliente, seja entendendo suas necessidades, seja analisando
que outros serviços poderemos oferecer a eles”, aponta Geld.
Para
atender às demandas de negócios, ele quer estabelecer equipes paralelas
e dinâmicas lideradas pelos três, mas compostas também por mais um
líder de atendimento, considerado uma espécie de braço direito, além de
um profissional de planejamento e um de mídia. “Ao mesmo tempo em que
exercem suas funções técnicas atuais, esses profissionais deverão
determinar as necessidades de negócios dos clientes e indicar
oportunidades”, explica.
Geld diz que fez, recentemente, um
levantamento sobre todos os serviços que a agência pode oferecer, e
notou que, por falta de iniciativa da própria empresa, muitos deles não
são disponibilizados para clientes que buscam o serviço em outras
agências. “Muitas vezes, eles não nos veem como possíveis fornecedores
de soluções como search e business intelligence, por exemplo”, analisa.
Desta forma, Geld espera aumentar a faixa de faturamento da agência
proveniente de serviços de marketing. “Continuamos sendo uma agência de
publicidade, claro. E este será sempre nossa maior receita. Mas queremos
ter mais receitas de outros segmentos”, aponta.
Com a reforma no
atendimento, Geld conclui a série de mudanças que afetou as outras
áreas da agência. Mesmo as que ele considera mais “equilibradas”, mídia e
planejamento, tiveram suas novidades. A agência contratou, por exemplo,
Isabella Mulholland, como diretora de planejamento no setor liderado
pelo head of strategy Fernand Alphen, além de Carla Raimondi, diretora
de conteúdo.
Na mídia, setor que o próprio Geld liderava
anteriormente, houve a promoção de Aline Moda, como diretora geral de
mídia e Ricardo Medeiros, como diretor de planejamento de canais.
No
caso da criação, a mudança também foi brusca e marcou a ascensão de
Ricardo John, contratado em agosto de 2011 junto à Giovanni+DraftFCB.
Ele chegou dias após a saída do CCO Mário D´Andrea, que acabou se
tornando sócio da Fischer & Friends. John se tornou diretor
executivo de criação, mesmo cargo ocupado por Roberto Fernandez,
profissional que estava na casa desde 2006. Em agosto de 2012, Fernandez
migrou para a Ogilvy e John assumiu como CCO. Hoje, ele, Geld e Alphen
compõem o quadro de três principais lideranças da agência.
Além
disso, a criação foi reforçada há algumas semanas com a chegada de Fabio
Simões para o recém-criado cargo de head of art. Na prática, Simões
será dupla de John, mas com cargo em patamar inferior.
Outro
nome de destaque contratado foi o diretor de criação Erick Rosa, que
voltou ao Brasil após anos na Europa, onde teve como último cargo o de
diretor executivo de criação da Leo Burnett Lisboa, onde ganhou 11 Leões
em Cannes. Também chegaram para exercer a mesma função Santiago Dulce e
Hernan Rebaldería, dupla que passou por agências como Del Campo Nazca
S&S e Santo, em Buenos Aires, e que estavam na Wieden+Kennedy de São
Paulo. “A nossa expectativa é de implementar maior criatividade. Já
mostramos que temos capacidade em diversas campanhas, inclusive algumas
globais para HSBC, Ford, Johnson&Johnson e Microsoft”, aponta John.
Outra
peça importante contratada é o CIO Mauro Cavalletti, responsável pela
integração criativa das agências do grupo JWT no Brasil. Além da JWT, o
grupo tem a Agência Casa, liderada pelo CEO Guilherme Gomide, e o braço
de search marketing i-Cherry, do CEO Alexandre Kavinski.
Com a
nova equipe, Geld acredita que a agência, que cresceu 10% em 2012, além
de diversificar suas receitas na esfera de serviços de marketing, também
pode ampliar a quantidade de clientes locais. Hoje, 50% das receitas
vem de empresas brasileiras, como Pernambucanas, Coca-Cola (cujo
atendimento não é fruto de alinhamento internacional), Gomes da Costa e
Bridgestone.
“Queremos mostrar que somos multinacionais, mas
não somos gringos”, define. A meta de Geld em termos de novos negócios
para 2013 é bem clara: ele quer ter um grande cliente de capital 100%
nacional. Nesse sentido, as antenas do reformado setor de atendimento
serão essenciais para buscar oportunidades.
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