Para incentivar empreendimentos residenciais com comércio no térreo na
Operação Urbana Água Branca, a Prefeitura de São Paulo quer isentar o
espaço no cálculo de pagamentos das Cepacs (títulos comprados para que
seja possível construir acima do limite permitido).
O benefício foi inserido no projeto enviado ontem à Câmara pela gestão
Gilberto Kassab (PSD). Tanto a votação como a implementação do plano,
porém, só devem ocorrer no mandato do prefeito eleito, Fernando Haddad
(PT).
Segundo a proposta, empreendimentos que aderirem à medida não terão a
parte comercial computada no cálculo de pagamento de Cepacs.
O perfil de ocupação é inspirado no bairro de Santa Cecília (centro),
onde edifícios residenciais têm pequenos comércios pequenos "na porta".
A ideia do projeto é que a área da operação urbana, que engloba a região
da Barra Funda e parte de Perdizes, na zona oeste, tenha 10 mil
moradias com 45 metros quadrados e uma vaga na garagem, para pessoas com
renda entre 10 e 20 salários mínimos.
No total, serão 22 mil moradias --mais 2.000 para pessoas com baixa
renda e outras 10 mil que poderiam ter unidades com um tamanho maior,
atraindo pessoas com um poder aquisitivo maior.
Jorge Araújo/Folhapress | ||
Terreno de 250 mil m² na Barra Funda, na zona oeste de SP, que deve receber megaempreendimento imobiliário |
Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, o plano
prioriza o transporte público, já que a área tem estações de metrô e
trem e corredores de ônibus.
Por isso, ele inclui uma restrição de vagas de garagem por apartamento a ser construído --no máximo duas.
Hoje, a lei de zoneamento prevê no mínimo uma vaga de garagem por
unidade, e não estabelece um teto máximo. Na Operação Urbana Água
Branca, para adotar uma terceira vaga o empreendimento terá de reduzir o
tamanho do apartamento.
INTERVENÇÕES
A proposta para a região prevê a implantação de calçadas com até 10
metros de largura, em ruas arborizadas. Pelo menos dois parques lineares
deverão ser construídos, além de obras de drenagem.
Entre as intervenções de contenção de enchentes e no sistema viário são estimados gastos de cerca de R$ 1 bilhão.
De acordo com estimativas do projeto, discutido desde 1995, 60 mil
habitantes devem ser atraídos para a área. Galpões comerciais e
residências serão desapropriados.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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