Buraqueira nas estradas brasileiras é o campo de provas "natural" para a egenharia
A péssima qualidade das estradas e ruas
brasileiras trouxe algo de positivo para a engenharia do Brasil. As
divisões de suspensões das fabricantes nacionais tiveram campo e
oportunidade para se especializarem a ponto de virarem referências
mundiais. Não é fácil criar um acerto que absorva e resista aos impactos
da buraqueira e ainda mantenha a estabilidade e a segurança dos
automóveis. Foi exatamente isso que equipe de engenharia experimental da
Fiat tentou mostrar durante o Techno Day, em Brasília.
A larga experiência em pisos ruins fez o
setor de engenharia de suspensões ganhar grande importância dentro da
holding. Tanto é que, hoje em dia, pelo menos um integrante da equipe é
chamado ao exterior para ajudar no desenvolvimento de novos modelos de
várias marcas do Grupo Fiat, como Fiat, Lancia e Alfa Romeo, além das do
Grupo Chrysler. Muitas vezes, o trabalho feito pelos engenheiros
brasileiros é “exportado”, como no caso do Dodge Journey. O utilitário
foi criado pela Chrysler antes da aquisição pela Fiat. Mas para se
tornar o Fiat Freemont, passou por evoluções no conjunto dinâmico e que
agora são usados também no Journey.
O trabalho de desenvolver uma suspensão
para um carro novo começa longe da oficina. Primeiro, o fabricante
define as principais características do veículo que irá produzir. Itens
como preço, custo, público-alvo, motores e até as características
dinâmicas são determinados desde o início. A partir daí, faz uma
“encomenda” à equipe de engenharia, que faz uma análise para definir que
tipo de suspensão será usada. Na frente, a mais comum é a McPherson,
por unir qualidades como exigir pouco espáco, facioidade de montagem,
baixo custo e bom controle das forças cinemáticas que agem sobre o
carro. Atrás, a mais usada no Brasil, principalmente pelo baixo custo, é
por eixo de torção. Em modelos mais potentes ou de maior luxo
costuma-se recorrer à multilink.
A engenharia tem o poder até de
modificar os parâmetros estabelecidos inicialmente pelo time de projeto e
financeiro. Foi o que aconteceu com o Grand Siena, por exemplo. A ideia
inicial era que o sedã utilizasse apenas a plataforma do Palio.
Entretanto, o projeto apontava para um comportamento dinâmico acima da
média, com mais estabilidade. A equipe de suspensões, então, avisou que
isso não era possível com a arquitetura apontada. Daí surgiu a solução
de utilizar a parte traseira da suspensão do Punto, que tem molas mais
rígidas, amortecedores pressurizados e bitola mais larga. Dessa forma,
foi possível atingir a dinâmica pensada no papel.
Depois de estabelecer que tipo de
suspensão será utilizada, entra em ação o programa de computador Adams.
Ele faz uma simulação elastocinemática já com elementos essenciais do
novo modelo, como design e peso, e avalia como será o conforto do carro,
por exemplo. Só depois disso os primeiros testes de campo começam com
as chamadas mulas – veículos que têm o “esqueleto” do futuro modelo, mas
visual camuflado. Depois de milhares de quilômetros de testes, os
primeiros modelos reais são feitos e começam a rodar sobre forte
camuflagem para fazer os ajustes finais da suspensão. O processo todo de
desenvolvimento do conjunto dura de 18 a 24 meses. O trabalho pode até
não ser visível para o consumidor, mas é de fundamental importância para
a percepção de qualidade de um automóvel.
Impressões ao dirigir
Impressões ao dirigir
Emoções quentes
Brasília/DF – Após a apresentação técnica sobre os atributos das suspensões, a Fiat botou os carros na pista para mostrar a prática. Três unidades foram disponibilizados para mostrar as diferenças de acerto de suspensão no Autódromo Internacional Nelson Piquet. Eram três versões do Bravo e alguns obstáculos para avaliar as diferenças em termos confortos e dinâmicos.
A configuração mais “civil” do médio, a Essence, mostrou claramente que é mais voltada para o conforto. Em um trajeto que passava por partes de grama, ele se mostrou o mais suave dos três disponíveis. Na parte dinâmica, o acerto também permitiu uma tocada animada, mas sem exageros. Com tração dianteira, o Bravo não tem mistérios na condução. Na grande parte do tempo, se for levado para depois do limite de aderência, o carro sai de frente, algo contornável já com uma tirada de pé do acelerador.
No Sporting, equipado com o mesmo motor 1.8 de 132 cv, as principais alterações são em termos de conforto. O carro “bate” mais em buracos. Na pista, ele é realmente mais esportivo que o Essence, mas nada que mude completamente o comportamento do carro.
A parte mais interessante do teste, no entanto, foi quando a marca italiana ofereceu um Bravo com suspensão rebaixada para teste. Segundo a fabricante, as alterações na suspensão foram feitas da maneira como geralmente é realizado na maioria das oficinas. Com o aquecimento das molas, o carro teve a suspensão rebaixada em 35 mm em relação ao Essence.
A ideia da Fiat era mostrar como essas pequenas alterações podem mudar completamente o acerto dinâmico do carro, tudo para pior. Na parte de terra, o Bravo foi extremamente desconfortável, com diversas pancadas no batente. E, de maneira surpreendente, na parte dinâmica ele foi bem pior que os carros originais. A menor altura do solo mudou completamente a geometria da suspensão e deixou o carro imprevisível. Nas curvas, havia momentos em que o carro saia completamente de traseira, depois soltava a frente e, mais tarde, perdia a traseira mais uma vez. Nas frenagens, a perda de estabilidade era visível. Um comportamento que seria altamente perigoso nas ruas públicas.
Brasília/DF – Após a apresentação técnica sobre os atributos das suspensões, a Fiat botou os carros na pista para mostrar a prática. Três unidades foram disponibilizados para mostrar as diferenças de acerto de suspensão no Autódromo Internacional Nelson Piquet. Eram três versões do Bravo e alguns obstáculos para avaliar as diferenças em termos confortos e dinâmicos.
A configuração mais “civil” do médio, a Essence, mostrou claramente que é mais voltada para o conforto. Em um trajeto que passava por partes de grama, ele se mostrou o mais suave dos três disponíveis. Na parte dinâmica, o acerto também permitiu uma tocada animada, mas sem exageros. Com tração dianteira, o Bravo não tem mistérios na condução. Na grande parte do tempo, se for levado para depois do limite de aderência, o carro sai de frente, algo contornável já com uma tirada de pé do acelerador.
No Sporting, equipado com o mesmo motor 1.8 de 132 cv, as principais alterações são em termos de conforto. O carro “bate” mais em buracos. Na pista, ele é realmente mais esportivo que o Essence, mas nada que mude completamente o comportamento do carro.
A parte mais interessante do teste, no entanto, foi quando a marca italiana ofereceu um Bravo com suspensão rebaixada para teste. Segundo a fabricante, as alterações na suspensão foram feitas da maneira como geralmente é realizado na maioria das oficinas. Com o aquecimento das molas, o carro teve a suspensão rebaixada em 35 mm em relação ao Essence.
A ideia da Fiat era mostrar como essas pequenas alterações podem mudar completamente o acerto dinâmico do carro, tudo para pior. Na parte de terra, o Bravo foi extremamente desconfortável, com diversas pancadas no batente. E, de maneira surpreendente, na parte dinâmica ele foi bem pior que os carros originais. A menor altura do solo mudou completamente a geometria da suspensão e deixou o carro imprevisível. Nas curvas, havia momentos em que o carro saia completamente de traseira, depois soltava a frente e, mais tarde, perdia a traseira mais uma vez. Nas frenagens, a perda de estabilidade era visível. Um comportamento que seria altamente perigoso nas ruas públicas.
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Veja também: Cinco dicas para uma condução mais ecológica
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