Veja como funciona o processo de compra ou venda de um seminovo para revendedoras e concessionárias, e ganhe armas para uma boa negociação
São Paulo – Na hora de comprar ou vender bens de alto valor, quanto
mais informação melhor. Antes de negociar a compra ou venda do seu carro com uma concessionária ou uma revendedora de veículos, entender como todo o processo funciona pode evitar perdas financeiras e surpresas desagradáveis.
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Em reportagem publicada recentemente,
EXAME.com mostrou como funciona a compra e venda de carros entre
pessoas físicas. Veja agora como ocorre a compra e venda de carros
seminovos com pessoas jurídicas e descubra qual é o negócio mais
vantajoso para você.
Preços
Engana-se quem acredita que vai conseguir vender o carro para
concessionárias e revendedoras pelo mesmo preços divulgado em índices de
preços de mercado, como a tabela Fipe e a Molicar.
“Quando se propõe a venda em concessionárias ou lojas, o valor fica em
média 20% abaixo da tabela de mercado”, explica o consultor automotivo e
diretor da Universidade Automotiva (Uniauto), Amos Lee Harris Júnior.
As tabelas expressam os valores praticados no mercado, ou seja, os
preços anunciados dos carros que estão à venda. Isso significa que elas
não representam os preços que as lojas estão dispostas a pagar, o preço
da compra, mas sim o da venda.
Segundo Harris, as lojas precisam comprar os carros por um valor 20%
inferior ao preço praticado no mercado, para conseguirem pagar os custos
da operação e ainda assim obter lucros. "As lojas têm custos com mão de
obra e com a preparação do carro para a venda, como a troca de peças
desgastadas como pneus, amortecedores e correia dentada. Também têm
custos de estocagem, que é o custo financeiro a compra e a revenda do
carro", afirma Amos Lee, que acrescenta que dentro da margem de 20%
obtida na operação, entre 2% e 5% representam o lucro.
Vantagens e desvantagens
Financeiramente, a compra e a venda de carros entre pessoas físicas
pode ser mais vantajosa. Por parte do vendedor, é interessante pois ele
poderá vender o carro sem precisar deixar 20% do valor na mão dos
comerciantes. E o comprador ganha pela possibilidade de obter mais
descontos. Como o proprietário não terá que pagar comissão às lojas, ele
pode pedir um valor um pouco inferior ao das revendedoras.
A principal vantagem da venda e compra com pessoas jurídicas é a
velocidade da operação. Com um maior volume de vendas, as
concessionárias e revendedoras conseguem comprar os carros mesmo antes
de ter um comprador interessado, o que não ocorre na compra entre
pessoas físicas.
Outra vantagem de realizar a negociação com pessoa jurídica, mas que se
aplica apenas ao comprador, é que incide uma garantia na operação. Ao
comprar com uma revendedora o consumidor tem direito a 90 dias de
garantia, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Mas ao
comprar de um particular, essa garantia não existe, uma vez que esse
tipo de transação não é regida pelo CDC.
Pesquisas de preço
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Antes de entrar em qualquer loja, recomenda-se que proprietário
pesquise preços em classificados e na internet. Essa pesquisa pode ser
feita em índices oficiais, como a Tabela Fipe e a Molicar, além de sites
de classificados de automóveis. Com essas referências em mente, será
possível avaliar melhor se os preços oferecidos nas lojas são
razoáveis.
“É importante visitar quantas lojas você puder, quanto mais melhor.
Porque nem todos avaliam o valor do carro da mesma forma. Você pode
conseguir um valor melhor pelo seu carro em um lugar e um melhor
desconto em outro”, explica Harris. Segundo ele, se a intenção for
vender um carro para comprar outro é essencial não só observar qual loja
paga mais pelo seu veículo, como qual delas oferece o melhor desconto
para o carro pretendido.
Ele acrescenta que algumas lojas podem valorizar mais um tipo de modelo
do que outro. "Um Chevrolet pode não ter muito valor se for vendido na
loja da BMW, porque a compra pode não interessar para a concessionária".
E nem sempre vender o carro na concessionária de mesma marca é a melhor
opção. Harris explica que algumas concessionárias de marca diferente da
do carro que está à venda podem oferecer preços ainda melhores para
tornar o consumidor seu cliente e também fazê-lo deixar de ser cliente
da marca concorrente.
Por isso, a dica aqui é preferir as concessionárias que tenham carros
com um perfil parecido com o do modelo que se pretende vender e também
buscar negociar em lojas de marcas concorrentes. Lembrando que, quanto
mais pesquisa, melhor.
Negociando com os comerciantes
Como em qualquer negociação, quanto mais informação, melhores serão os
argumentos e as chances de conseguir vantagens. Segundo o diretor da
Uniauto, uma boa negociação pode render para os vendedores um valor 5%
maior pelo seu carro e para o comprador, 5% menor.
Além de pesquisar previamente na internet os valores, vale recortar
jornais, imprimir artigos e demais documentos que mostrem que o preço da
concessionária é maior do que o anunciado, se a intenção for de compra,
ou que mostrem que um carro similar é vendido por um valor maior se a
intenção for a venda.
Fechar negócio na primeira loja pode ser um erro tremendo. Além de o
valor obtido ter chances de não ser o melhor que se poderia conseguir
com mais pesquisa, na primeira negociação os consumidores não costumam
ter argumentos bons o suficiente para persuadir os comerciantes. “Na
segunda loja, o cliente já vai ter mais argumentos, e no terceiro lugar
que ele for, ele já será quase um expert. Tudo o que ele ouviu dos
outros vendedores poderá ser usado para contra-argumentar com os outros.
Em meio dia de contatos você já sabe como negociar’”, afirma. Amos
Lee.
Se a intenção for vender o carro para comprar outro, use isto a seu favor
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Se a intenção for vender o carro seminovo para comprar outro novo, o
poder de barganha aumenta. Mas, para isso, é preciso negociar da forma
certa.
O consultor automotivo Amos Lee Harris Júnior orienta que o consumidor
não tente vender o carro usado antes de dizer que pretende comprar o
novo. “Só depois o cliente deve falar que quer colocar o seu usado na
troca. Com isso, ele desperta no vendedor o interesse de vender o zero e
valoriza seu usado. Ao falar que você quer vender seu usado antes, ele
já vai colocar um preço baixo para o seu carro. E ao descobrir que você
quer comprar um novo, mesmo com mais interesse, não vai mudar o valor
que já foi informado”, afirma.
Avalie o carro antes de comprá-lo
Além de negociar um bom valor para seu carro, o vendedor não tem muito
com que se preocupar. Já o comprador precisa avaliar não só o preço como
as condições do carro pretendido.
Aqui valem os mesmos cuidados já mencionados na reportagem anterior.
Antes de fechar o negócio, é essencial checar possíveis pendências do
carro no Detran, pedir que um mecânico avalie as condições do veículo,
ou seguir alguns passos para fazer uma vistoria por conta própria. Se a
loja permitir realizar um test drive de longa duração, esse pode ser o
procedimento ideal. Ficando com o carro durante um ou dois dias é
possível perceber defeitos não detectáveis à primeira vista, e o carro
pode ser levado ao mecânico para que ele realize uma inspeção mais
apurada com mais tempo.
Documentação
O processo de documentação na compra e venda com concessionárias e
revendedoras pode ser muito mais fácil do que com pessoas físicas por
uma questão de experiência. Não será preciso procurar despachantes ou
cartórios porque muito provavelmente as lojas já têm os contatos dos
serviços usualmente utilizados. Mas, ainda assim, é preciso conhecer as
obrigações legais de cada parte para não ter surpresas desagradáveis.
O procedimento não difere muito da compra e venda entre pessoas físicas. Contudo, normalmente a transação é mais ágil. Na reportagem publicada anteriormente,
sobre a compra e venda de veículos entre pessoas físicas, já estão
especificados os documentos e processos burocráticos da operação de
compra e venda de seminovos.
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