Serão instalados 6,5 mil abrigos e 14 mil totens, com dados de espera e iluminação, no início de 2013 em SP; troca é parte da Lei Cidade Limpa
A partir do começo de 2013, São Paulo vai ganhar 6,5 mil abrigos e 14
mil totens de ônibus com estilo futurista, que vão mostrar o tempo de
espera dos ônibus e terão iluminação. Enquanto os novos modelos não
chegam, os passageiros têm de conviver com pontos pichados, escuros, sem
proteção lateral e com coberturas danificadas.
A troca dos abrigos e totens faz parte da segunda fase do projeto
Cidade Limpa. O consórcio que vencer a licitação deverá instalar os
pontos e fazer a manutenção. Em troca, poderão explorar a publicidade
nas paradas de ônibus.
O Estado teve acesso aos protótipos instalados no
Pavilhão de Exposições do Anhembi. Em comum, as propostas apostam em
transparências e espaços para anúncios iluminados.
Além
da informação sobre o tempo de espera dos ônibus e os bancos, é
obrigatório que haja total acessibilidade, com piso tátil e informações
em braile. Parecem ficção científica se comparados com os atuais 14
modelos na cidade. Alguns, de concreto, têm mais de 20 anos, e foram
feitos na época da Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC),
extinta em 1995.
Os protótipos estão no Anhembi para que sejam analisados, hoje, pela
comissão de licitação e pelo grupo técnico, formado por arquitetos da
Prefeitura.
Os consórcios que disputam o monopólio de 25 anos da publicidade nos
abrigos são o Pra SP, formado pelas empresas Odebrecht, Kalítera e Rádio
e Televisão Bandeirantes (MG), e o Os Abrigos de São Paulo, do grupo
JCDecaux.
O consórcio Pra SP tem modelos desenhados pelo arquiteto Guto Índio
da Costa. São cinco modelos, todos high-tech, com espaço para anúncio
digital. Um deles tem até um grande painel com o qual os passageiros
poderão interagir. Além disso, há uma versão sem banco, para calçadas
mais estreitas. O grupo Os Abrigos de São Paulo apresentou dois modelos.
Um foi desenhado pelo arquiteto Ruy Ohtake e o outro, por Carlos
Bratke. Os dois apostam em formas leves e arredondadas.
Segundo o prefeito Gilberto Kassab (PSD), a cidade não gasta nada e
ainda vai lucrar com o modelo. "Com aquela publicidade visual, a cidade
arrecadava uma quantia insignificante, de 6 milhões por ano (cerca de R$ 15 milhões)",
lembrou o prefeito na semana passada, durante premiação da Lei Cidade
Limpa por uma universidade alemã. "Com essa segunda fase e a publicidade
sendo autorizada apenas em abrigos e relógios, vamos arrecadar em torno
de 100 milhões por ano (R$ 264 milhões)."
A São Paulo Transportes (SPTrans), responsável pelo sistema de ônibus
na cidade, deve escolher onde serão colocados os abrigos e os totens.
Isso deve evitar que a empresa vencedora queira instalar abrigos somente
nos locais onde os anúncios teriam maior visibilidade e valor de
mercado.
Descuido. Hoje, a maior parte dos abrigos de ônibus
existentes na capital é criticada por usuários do transporte público.
Faltam manutenção, limpeza e, principalmente, um sistema de informação
ao passageiro, que não sabe nem sequer qual linha faz os percursos.
Os pontos são ainda piores. Não há padrão de tamanho nem de cor e
muitas vezes ficam escondidos pelos carros estacionados na via pública.
"A gente fica um tempão esperando pelo ônibus sem ter um local
apropriado para sentar, ou mesmo ficar protegida da chuva", diz a
vendedora Maria Aparecida da Silva, de 49 anos.
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