Carro produzido no Brasil chega para tirar de linha de uma só vez a Zafira e a Meriva do mercado
Spin em inglês significa girar. Nome certo para a nova minivan da
Chevrolet. A marca deu uma volta de 180 graus e de uma só vez a Spin
enterra as combalidas Meriva e Zafira. Ambos projetos que na Europa
ganharam novas, modernas e caras gerações (elaboradas pela subsidiária
Opel). Por aqui, são os brazucas que mandam.
Isso mesmo. A Spin– que a GM chama de MPV (de Multi Purpose Vehicle),
é um projeto desenhado, desenvolvido e, agora, produzido no Brasil. "De
para-choque a para-choque", como frisa o comunicado da empresa. O fato é
que o mercado de minivans no país minguou nos últimos anos. Por isso a
necessidade de enxugar a linha e tornar o processo mais "economicamente
viável". A receita é simples: espaço de sobra e colcha de retalhos com
os equipamentos já existentes na linha.
No caso da Spin a receita fica assim: adicione de cinco a sete
assentos (dependendo da versão), separados por duas ou três fileiras de
bancos, com um porta-malas que pode variar de 162 (LTZ, sete lugares)
até 710 litros (LT, cinco assentos), sem rebater os bancos. A forma (ou
melhor, a plataforma) veio emprestada do irmão Cobalt. O recheio é
caseiro. O volante sai do Cruze, o câmbio automático do Sonic e o painel
central também do Cobalt. Adicione umas pitadas de mobilidade para dar
gosto (são 23 combinações de configuração dos bancos). Muitos
porta-trecos para enfeitar (32 no total).
Por fim, para causar uma boa impressão, tem que caprichar nas
dimensões. Por isso, ela traz o maior entre-eixos, largura e porta-malas
da categoria. No comprimento, só perde para a Grand Livina.
O
desenho do bolo é simples. Estilo meio caixote. A frente é
característica da marca, com a gravatinha dourada no meio da grade
dianteira e um capô com um vinco saltado. Já a traseira traz uma
lanterna semelhante à usada no Agile, além de um discreto aerofólio. A
área envidraçada é digna dos elevadores panorâmicos.
O interior bicolor agrada. Já os plásticos duros se estendem por toda
a cabine. O dual cockpit, que delimita a área do motorista e do carona é
racional, já que o modelo será vendido também em países que adotam a
direção do lado direito.
Primeira volta /No papel a receita da Spin agrada. É
hora de prová-la na prática. Chegar até a terceira fileira de assentos
requer contorcionismo de malabarista. O espaço ali é para crianças. A
economia deixou de fora o prático sistema da Zafira que escondia a
ultima fileira no assoalho. Porém as alças estrategicamente colocadas
auxiliam com eficiência o rearranjo dos bancos.
Para fazer andar (ou girar) todo este bolo, a Spin estreia o motor
1.8 Econo.Flex, que chegou por aqui como 1.4 e com o Prisma (há tempos
atrás). Segundo Paulo Riedel, diretor de powertrain da Chevrolet, além
do maior volume cúbico o Econo.Flex foi atualizado. Mesmo assim é uma
infelicidade a marca não ter optado pelo moderno 1.8 Ecotec, que já
equipa a família Cruze.
Durante o teste-drive na Rodovia Castello Branco, a bordo da versão
LTZ com câmbio automático de seis velocidades, deparamos com uma unidade
camuflada do JAC J2 (que deverá chegar no fim do ano). Saímos à caça.
Tá certo que a Spin não foi feita para tantas emoções, mas por pouco o
pequeno, com seu motor popular, não escapa. As retomadas são lentas e
nem a opção de trocas manuais resolveu o problema.
Ficha técnica: Spin ltz Automático
PREÇO: R$ 54.690 (testado)
ORIGEM: Brasil
MOTOR: Transversal, dianteiro, quatro cilindros em
linha, 1.796 cm³, flex. Potência máxima de 106 cv (gasolina) a 5.600
rpm e 108 cv (álcool) a 5.400 rpm. Torque máximo de 16,4 kgf.m (g) e
17,1 kgf.m ambos a 3.200 rpm.
TRANSMISSÃO: Câmbio automático de 6 velocidades. Tração dianteira.
DIMENSÕES 4,36 m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,66 m de altura e 2,62 m de
entre-eixos
FREIOS: Discos ventilados na dianteira e tambor na traseira
PNEUS: 195/65 R 15
DESEMPENHO: De 0 a 100 km/h em 12 s (gasolina) e 11,9 (álcool)
e máxima de 170 km/h (g) e 167 km/h (g) e 168 km/h (a)
TANQUE: 53 litros
Preço competitivo e recheado de equipamentos
Serão oferecidos apenas duas versões da Spin. A LT, que virá com
cinco assentos, e a topo de linha LTZ, com sete lugares. Os preços vão
de R$ 44.590 a R$ 54.690.
A versão básica (LT) chega com equipamentos para conseguir assustar a concorrência.
Todos as Spin sairão de fábrica com ar-condicionado, direção
hidráulica, freios com ABS, EBD, duplo airbag, vidros e travas
elétricas e rodas aro 15. Esta é a configuração R9J oferecida por R$
44.590. Por mais R$ 1.400, o comprador leva para casa a Spin equipada
com rodas de alumínio aro 15 (pneus 195/65 R15), rádio CD Player com
entrada USB, bluetooth e quatro alto falantes.
Se mesmo assim, o cliente não ficar satisfeito ele poderá adquirir a
versão LT equipada também com o câmbio automático de seis marchas (igual
ao do Cruze) por R$ 49.690.
A
versão topo de linha LTZ oferece além da terceira fileira de bancos,
computador de bordo, sensor de estacionamento, faróis e lanternas de
neblina, espelhos retrovisores com regulagem elétrica e controles do
rádio no volante. Nesta configuração (R9P) a Spin sai por R$ 50.990. Já
se o comprador quiser levar para casa a versão LTZ com câmbio automático
e piloto automático terá que desembolsar R$ 54.690.
De acordo com o diretor de marketing da Chevrolet, Gustavo Colosso,
50% das unidades vendidas deverá ser da versão LT e ter transmissão
manual. Por mês, 3 mil Spin deverão ser vendidas.
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