O incentivo do governo para o setor automotivo aqueceu as vendas de
carros e camionetes, mas não atingiu seu principal alvo: reanimar a
indústria de veículos, cuja cadeia produtiva, na estimativa do
Ministério da Fazenda, movimenta 20% do PIB (Produto Interno Bruto).
A redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduziu os
preços em até 10% e provocou vendas recordes de automóveis e comerciais
leves (camionetes e vans) para junho, desde que o acompanhamento foi
iniciado, em setembro de 2002.
Segundo dados do setor, foram vendidos 340,3 mil veículos --alta de 24%
em relação a maio e de 18,6% sobre junho de 2011. Números oficiais serão
divulgados hoje.
Mas o apetite dos consumidores, até o momento, serviu apenas para
reduzir o tempo em que os carros ficam parados nos pátios das fábricas.
Preocupadas com o que consideram uma euforia passageira, as montadoras estão pessimistas e preparam demissões (leia análise ).
A General Motors e a Volkswagen --duas das maiores montadoras do país--
abriram programas de demissão voluntária. A GM pode ainda fechar a linha
de montagem de veículos de São José dos Campos e extinguir 1.500 vagas,
segundo o sindicato de metalúrgicos local.
O diretor de assuntos institucionais da marca, Luiz Moan, disse que uma decisão será tomada até o fim do mês.
De acordo com Moan, a produção de automóveis na linha foi reduzida para
apenas um turno, e a média de veículos fabricados passou de 60 para 44
por hora.
Já a Volkswagen abriu um PDV na fábrica de Taubaté, mas não explicou os
motivos. Afirmou que o programa é previsto no acordo coletivo com o
sindicato local.
Segundo fontes do setor, as vendas de junho reduziram os estoques de
automóveis e comerciais leves de 43 dias para 36 dias, em média, nas
montadoras e concessionárias.
Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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