A Pinacoteca do Estado de São
Paulo, instituição da Secretaria da Cultura, apresenta a exposição
BESPHOTO 2012 com cerca de 50 imagens (cor e pb) dos fotógrafos Mauro
Pinto (Maputo, Moçambique,1974), Duarte Amaral Netto (Lisboa, Portugal,
1976), Cia de Foto, 2003, e Rosângela Rennó (Belo Horizonte, Brasil,
1962), todas realizadas entre 2011 e 2012. A mostra fica em cartaz até o
dia 5 de agosto, na Estação Pinacoteca
Os quatro artistas apresentados integram a 8ª edição do prêmio BESPHOTO
cuja exposição aconteceu de março a maio de 2010 no Museu Coleção
Berardo (Portugal). O grande vencedor desta edição foi Mauro Pinto com a
série Dá Licença. As imagens foram realizadas entre Novembro de 2011 e
Janeiro de 2012, no Bairro da Mafalala, em Maputo.
“O que apresento neste projeto é uma certidão de nascimento narrativa,
pessoal e coletiva. É uma árvore genealógica descrita nestes móveis,
nesta luz, nestas bugigangas, pertencentes a estes negros, mestiços,
emigrantes, imigrados, resistentes. Dá licença passa assim a ser uma
interjeição positiva para iniciar um relato e afirmar uma existência”,
afirma o fotográfo.
Segundo o jurí, a escolha se deu pela forma de como a série revela a
entrega do artista à realidade das pessoas que habitam os espaços
retratados, ao mesmo tempo em que transmite uma perspetiva histórica e
sociológica da realidade contemporânea moçambicana através deste bairro
da capital.
A CIA de Foto, formada pelos fotógrafos brasileiros, Pio Figueiroa,
Rafael Jacinto, João Kehl e Carol Lopes, apresenta a série Agora, 2012,
com destaque para Carnaval (apresentada no âmbito do New York Photo
Fest). É um trabalho introspectivo, que mergulha em experiências
vividas, mas também em demandas ou provocações externas. As imagens
revelaram um processo de trabalho seguro, técnico e, sobretudo, poético,
afirma o grupo.
Rosângela Rennó exibe a série Lanterna mágica, 2012, constituída por 12
fotografias realizadas manualmente, acompanhadas por quatro projetores
antigos, do século 19 e início do século 20, do tipo lanterna mágica.
Durante o processamento manual, as fotografias são sobre-expostas a uma
fonte de luz muito intensa e pontual, que gera um efeito de buraco
negro, de intensidade e tamanho variável, consumindo a paisagem
retratada.
O trabalho de Duarte Amaral foi selecionado pela qualidade
conceitual da exposição The Polish Club Case, apresentada em Lisboa. As
obras apresentadas na exposição descrevem uma viagem fictícia da
personagem Z da Alemanha para Portugal durante o início da II Guerra
Mundial. Este trabalho foi realizado utilizando imagens da época que o
artista colecionou.
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