Folha.com dá a largada ao modelo de assinatura paywall de conteúdo digital nesta semana
Com lançamento previsto para esta segunda-feira 18, a Folha.com passa
a cobrar pelo conteúdo consumido pelo internauta, independente de ser
versão digital do conteúdo impresso ou notícias produzidas para o
próprio portal. A modelo do que vem acontecendo nos Estados Unidos e na
Europa, a Folha decidiu adiantar o a iniciativa de monetização pelo
conteúdo disponibilizado na internet. O paywall, como é chamado o modelo
de “assinatura” para o conteúdo digital, segue o mesmo formato
implantado por The New York Times há mais de um ano.
“É como o
modelo do jornal impresso: o leitor paga pelo conteúdo e o anunciante
pela audiência. Essa audiência atrai o anunciante”, conta Antonio
Manuel, diretor superintendente do Grupo Folha. A ideia é que o conteúdo
seja monetizado tanto pelo anunciante quanto pelo leitor. De acordo com
o diretor, o investimento que é feito para a criação desse conteúdo
hoje, não tem a contrapartida financeira suficiente para compensar. Isso
porque, segundo ele, o grande investimento publicitário de web não está
nos sites noticiosos.
Os internautas poderão ler até 20 artigos,
à partir do 21º será obrigado a fazer um cadastro, o que dará acesso
para mais 20 artigos. Se o internauta quiser ler mais que isso terá que
pagar o valor estipulado – no primeiro mês de experimentação será de R$
2,00, depois o preço será de R$ 29,90. Depois de pago, o usuário poderá
acessar quantos artigos quiser nesse mês. A diferença é que não será uma
assinatura renovável, ou que o usuário deverá pagar no próximo mês. “Se
ele quiser ler só 20 notícias no próximo mês, não irá pagar”, conta
Manuel.
O executivo confessa que espera a queda no número de
visitas, atualmente o portal da Folha.com contabiliza 232 milhões de
pageviews por mês. Mas o executivo explica que os outros players do
mercado devem agir da mesma maneira até o fim do ano. “Discutimos a
monetização do conteúdo digital no Maximídia deste ano,
tanto o Estado, o Globo e o Lance já disseram que tem iniciativas de
cobrar pelo produto. Isso deve acontecer até o fim do ano, estamos
apenas dando o primeiro passo”, explica.
À medida que os demais
veículos forem fazendo o mesmo movimento, a disputa volta a ser pela
qualidade. Apesar da queda inicial, o executivo mantém o positivismo.
“Deixando o conteúdo aberto por acesso limitado, vamos manter a
audiência do leitor que não é heavy user do portal e a fidelidade do
assinante”, conclui. Os assinantes das versões impressa e digital, além
do Uol terão acesso ilimitado.
Os principais concorrentes da
Folha, o Estado e O Globo, confirmaram projetos de cobrar pelo conteúdo
que até então é disponibilizado gratuitamente.
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