Transformação do sedã 300C ficará entre R$ 300 mil a R$ 350 mil. Famosa nos EUA, fabricação de limusines também existe no Brasil.
Os Estados Unidos continuam mantendo viva a tradição das limusines, mas
os clássicos sedãs cada vez mais competem com SUVs e utilitários ou
mesmo modelos improváveis como Kombi e Fusca (veja fotos)
que foram cortados ao meio e "esticados". O Brasil também é terreno
para esses carrões tipicamente usados aqui para levar noivas e que agora
também servem para festinhas infantis, ações de publicidade e até
funerais.
Uma empresa do Paraná, que se descreve como a única profissional na
fabricação de limusines no país está fazendo uma a partir de um sedã
Chrysler 300C com detalhes folheados a ouro. Outros projetos são uma
"réplica" de um Hummer H2, que pretende chegar a 10,2 metros de
comprimento, com rodas aro 26, e uma limusine baseada em um triciclo,
para 8 pessoas.
Base foi um sedã Chrysler 300C (Foto: Divulgação/Kennedy Bacarin)
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Para fazer o modelo com ouro, a Procópio Limousines recorreu ao
trabalho de um especialista local. "Foi a primeira vez que ele teve que
trabalhar com um automóvel, mas disse que, tendo uma base cromada, seria
possível revesti-la de ouro", explica o diretor comercial Kennedy
Bacarin da Silva. Foram folheados detalhes externos como grade,
maçanetas e retrovisores. O investimento total, incluindo o valor do
veículo -adquirido pelo cliente- e a transformação fica entre R$ 300 mil
e R$ 350 mil, diz ele. O destino de tanto luxo é também o aluguel para
eventos.
Bacarin conta que o histórico das limusines no Brasil se divide em duas
etapas. "Primeiro, com a abertura do país para os carros importados, na
época do Collor, quando chegou a velha geração, as limusines
importadas. Depois, isso se tornou inviável e elas começaram a ser
produzidas aqui. Em 2005, fizemos uma com um Ford Grand Blazer", conta.
Antes desse tipo de serviço, ele o pai já adaptavam picapes cabine
simples para cabine dupla.
Interior da limusine feita com base no Chrysler 300C (Foto: Divulgação/Kennedy Bacarin)
O que muda
O diretor explica que transformar um
carro comum em uma limusine leva 7 meses. O veículo é cortado em dois
para ser aumentado e nem todo modelo serve para isso. "Carros com formas
arredondadas não ficam bons", diz Bacarin. Além de alongado entre 1,60 m
a até 4,5 m, o carro é recheado de "mimos", conforme o desejo do dono.
Os mais comuns são frigobar, telas de TV, jogo de luz e espelhos. Uma
bateria extra serve somente para abastecer essa parafernália.
Projeto "Limotrike" tem limusine feita com base em
triciclo (Foto: Divulgação//Kennedy Bacarin)
"Aumentamos a potência do alternador, também mexemos em chicote e
fiação, suspensão, escapamento/exaustão, dutos de combustível e
transmissão. A parte do motor é preservada", afirma. O Chrysler 300C,
usado nesse projeto atual, passará a pesar até 500 kg a mais depois de
pronto.
Em geral, afirma Bacarin, os carros transformados não são zero
quilômetro. Para que rodem depois de prontos, é necessária autorização
do Departamento de Trânsito (Detran) local, vistoria do Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o
Certificado de Segurança Veicular (CSV), exigidos para qualquer
modificação.
Limusine rosa circula no Rio de Janeiro e é feita a partir de um PT Cruiser
(Foto: Divulgação/Sergio Fernandes)
A "limo" rosa
O preto ainda predomina, mas o branco vem ganhando espaço no mercado
das limusines. E o rosa também conquistou seu lugar -no coração de
debutantes e crianças. No Rio de Janeiro, uma empresa montou um site só
para divulgar sua "limo" rosa, que é um Chrysler PT Cruiser 2009. Ele é
alugado basicamente para festas infantis e de 15 anos, e foi
transformado pelo dono da empresa. Sergio Fernandes afirma ter investido
R$ 180 mil na modificação e cobra R$ 1,2 mil por duas horas a bordo do
carro, incluindo decoração, comida e bebida.
Interior é decorado para festas infantis
(Foto: Divulgação/Sergio Fernandes)
Ele explica que comprou a primeira limusine já pronta, de um empresário
de Brasília, há 2 anos, e depois "tirou os modelos" para fazer outras
transformações -a frota da Limousine Service Brazil conta ainda com dois
Jaguar e ele trabalha agora em uma picape Ford F-250, onde pretende
instalar de duas a três telas de 32 polegadas.
Nenhum dos entrevistados quis fornecer fotos dos carros sendo
transformados, "para não dar dicas à concorrência", disseram. Bacarin
diz que só tem disponibilidade para fabricar uma nova limusine a partir
de outubro. Fernandes afirma ter agenda lotada até 2013 com as festas no
carro rosa.
Transformação do carro terminou em janeiro passado (Foto: Divulgação/Sergio Fernandes)
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