Com a Rio+20, também chamada Cúpula
da Terra, o senso de urgência que marcou a conferência Rio 92 parece
ter ganhado novo impulso em todo o mundo. Não há como passar ao largo de
um assunto de tamanha importância para o planeta, sua própria
perenidade.
No contexto da mobilidade, competitividade quer dizer tecnologia
de ponta relacionada a aspectos econômicos, sociais, culturais e também
ambientais. Dado o sinal verde para a organização do 21º Congresso SAE
BRASIL, maior fórum de engenharia do Hemisfério Sul, a sustentabilidade
mostra sua indelével marca.
Que dizer sobre competitividade, tema geral do evento este ano (A
Engenharia da Mobilidade em Mercados Competitivos: Soluções por meio de
Inovações Tecnológicas) num contexto como o atual em que novos padrões e
valores são adicionados como vantagem competitiva a todo o momento?
No que toca à indústria automobilística, é possível dizer que ela será
tão competitiva quanto for sustentável. Quando o assunto é transporte,
sustentabilidade significa atendimento às modernas necessidades de
mobilidade, levando em conta o impacto causado ao meio ambiente e à
qualidade de vida.
Nesse particular, a história mostra que as respostas do setor
automotivo brasileiro se destacam pela inovação e eficácia, inclusive no
cenário mundial. Que o diga o Proálcool, que veio à luz na ameaça de
escassez do combustível fóssil e impulsionou o desenvolvimento
de motores movidos a combustível renovável, produzidos em alta escala.
Anos mais tarde foi a vez do propulsor bicombustível, que trouxe ao
consumidor o poder de escolha na hora de abastecer seu veículo em meio a
um mercado sujeito às oscilações de oferta e preço do álcool e da
gasolina.
Na questão ambiental, a indústria automotiva brasileira caminha no
ritmo das necessidades do planeta na redução das emissões de poluentes
por veículos motorizados. Exemplo mais recente é a aplicação da P7,
etapa mais recente do Proconve para veículos a diesel, que desde o
início do programa, em 1986, reduziu 96,3% a emissão de material
particulado e 87,3% a de óxido de nitrogênio (NOx). Melhoramos o teor de
enxofre no diesel e o setor automotivo compareceu com as soluções
tecnológicas - sistemas de pós-tratamento dos gases de escapamento e diesel com reduzido teor de enxofre, além de modificações nos motores.
Como engenheiro e investido
da função de presidente do Congresso SAE BRASIL 2012, posso dizer que, à
parte da responsabilidade intrínseca à engenharia de gerar novidades
tecnológicas, sempre existirão necessidades enormes a serem satisfeitas.
O conhecimento é um ingrediente importante, mas é da necessidade de
soluções que nasce a inovação e se desenvolve o saber.
Esse é o foco e objetivo da comunidade da engenharia no Congresso SAE
BRASIL, para uma mobilidade sustentável. Avaliar o presente reconhecendo
necessidades das pessoas e projetar o futuro.
Por Alípio Ferreira Pinto Jr., presidente do 21º Congresso e
Exposição Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade e
gerente geral de Pesquisa e Desenvolvimento em Abastecimento e
Biocombustíveis do CENPES – Centro de Pesquisas da Petrobras
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