O setor sucroenergético tem uma grande missão internacional pela frente.
Após 31 anos de protecionismo, os Estados Unidos abriram, no início do
ano, as portas para o etanol brasileiro, com o fim das tarifas de
importação.
Além de poder exportar o produto para o maior mercado consumidor de
etanol, o Brasil tem a chance de mostrar ao mundo a importância desse
combustível para o futuro sustentável do planeta.
Embora o mercado interno seja a prioridade, este é o momento de o setor
se preparar para atender também à crescente demanda externa, investindo
na capacidade produtiva e ainda seguindo à risca as exigências dos
mercados internacionais.
Não há mais espaço para empresas que não se comprometam com boas
práticas de sustentabilidade. E isso é uma realidade na produção
brasileira de etanol, que já recebeu importantes certificações
internacionais concedidas após rígidos critérios de apuração e que
envolvem todos os aspectos da cadeia de produção.
Uma delas é a certificação Bonsucro, criada no ano passado e exigência
para a entrada de açúcar e etanol à base de cana-de-açúcar nos países da
União Europeia.
A primeira usina a receber a qualificação no mundo é brasileira e está
localizada em Maracaí (SP). Hoje, 15 unidades contam com a certificação,
que é concedida a usinas que atendam ao menos 80% de 48 indicadores de
sustentabilidade.
Outro importante selo conquistado pelo etanol nacional foi concedido
pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental
Protection Agency - EPA), que considera o etanol brasileiro como
combustível avançado. Atualmente, 140 usinas do Brasil receberam o
registro para exportar o combustível aos Estados Unidos.
Especificamente para o Estado da Califórnia, é necessária ainda a
certificação Carb (California Air Resources Board), de acordo com a
normatização denominada Padrão de Combustível de Baixo Carbono (Low
Carbon Fuel Standard - LCFS).
Conhecida por seguir avançadas e rígidas regras ambientais, a Califórnia
já habilitou 68 usinas brasileiras para o envio do etanol do Brasil ao
Estado.
O Brasil, hoje, tem uma matriz energética das mais renováveis no mundo,
porque também mantém em sua matriz o etanol de cana-de-açúcar.
O país segue avançando na sustentabilidade de produção, distribuição e
comercialização do etanol e mostra que é possível, sim, colaborar com a
melhora da matriz energética global com o seu biocombustível, tema esse
ressaltado na Rio+20.
VASCO DIAS é presidente da Raízen, joint venture entre Shell e Cosan.
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