sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ameaça à indústria? Americanos estão voltando a morar nas cidades


Um novo desafio para os fabricantes de carros nos Estados Unidos: pela primeira vez em mais de cem anos, os americanos estão voltando a morar nas cidades. Dados levantados no último censo realizado no país mostra que, invertendo uma tendência de muitas décadas, os subúrbios residenciais estão crescendo menos que as aglomerações urbanas.
A vida nos subúrbios depende quase totalmente do automóvel – a opção do transporte público é precária nessas comunidades formadas por casas em terrenos espaçosos e ruas tranquilas, unidas às cidades por grandes e boas estradas. Já concentrações habitacionais maiores, junto a áreas de comércio e serviços, diminuem a necessidade de deslocamento de seus habitantes.
Jovens lideram tendência - Segundo estudos de urbanistas, a volta à vida urbana está sendo liderada pelas novas gerações que, para maior preocupação da indústria, se interessa menos por carros que as anteriores. Os novos habitantes urbanos também procuram se fixar próximo a estações de trens, metrô ou terminais de ônibus.
Até hoje não está claro se foi a disponibilidade de carros confiáveis e baratos que fez os americanos optarem por residir longe dos centros urbanos ou se o processo foi inverso, com a atração por mais conforto, tranquilidade e espaço o motor da suburbanização. De qualquer forma, na década de 1950 o governo americano promoveu um grande programa de construção de autoestradas, que permitiu aos residentes nos subúrbios se deslocarem por grandes distâncias entre a casa e o trabalho com facilidade.
Apesar do aumento da atração pelas cidades ser pequeno – a população das áreas urbanas cresceu 1,1% ao ano, contra 0,9% de aumento nos subúrbios – não deixa de preocupar a indústria. Outras pesquisas mostram que, mesmo nos subúrbios, os jovens estão menos interessados em automóveis, o que se reflete na maior demora em tirar carteira de motorista quando atingem a idade necessária.
Propostas alternativas - A mudança no panorama está levando as fabricantes a procurarem alternativas, desenvolvendo novos conceitos de transporte individual para o futuro próximo. Entre as alternativas propostas estão carros para no máximo duas pessoas, grande parte deles movida a eletricidade.
Outras opções estão sendo descobertas pelos próprios usuários, como os programas de compartilhamento de carros, que evitam não apenas a imobilização de grandes quantias para comprar os veículos como despesas de manutenção e, até mesmo, a necessidade de ter uma garagem em casa. 

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