AMD muda estratégia no Brasil para ter 50% do mercado
Marca passou por reestruturação,
implementou novas ações de Marketing e já chegou a 32% de participação
focando em experimentação do produto e no ponto de venda
Sair de 10% de participação de mercado
para 50% em dois anos é um objetivo ambicioso, talvez até impossível.
Mas esta é a meta da AMD no Brasil e, a julgar pelo aumento que a
empresa de processadores teve entre 2010 e 2011, o plano tem tudo para
ser factível. Afinal, a multinacional norte-americana cresceu mais de
300% em um ano, deixando a posição de lanterninha do mercado, com 10%,
para 32%, depois de passar por uma reestruturação e implementar novas
estratégias de Marketing.
Com a economia dos Estados Unidos estagnada, o caminho de crescimento da AMD passa pelos
mercados
emergentes, especialmente o Brasil. Até 2006, a empresa seguia a líder
Intel em termos de tecnologia e era tímida em suas ações de Marketing.
Seis anos depois, a companhia se mostra ao mercado com um perfil que
entrega desempenho a um custo benefício atraente para a nova classe
média, sedenta por equipar sua casa com computadores, note e netbooks.
Desde
então, o foco da AMD tem sido na experimentação do produto em uma série
de pontos de contato com a marca. Sem verba para fazer comunicação de
massa, estar perto do comprador no ponto de venda
é uma estratégia que tem resultado em até 40% de conversão para a
companhia. O Vison Day é um dos principais motores deste aumento nas
vendas, quando todo fim de semana há uma série de ações de demonstração
do produto em lojas de departamento, varejo e eletroeletrônicos.
Vai onde o consumidor está
Para os mais entendidos em tecnologia, a AMD realiza uma série de
ações. A principal delas é o AMD Experience Point, na região da Santa
Ifigênia e no Infocentro, dois pólos de informática em São Paulo e no
Rio de Janeiro, respectivamente. Na capital paulista, há uma loja
de experimentação dos produtos da marca para os consumidores e um
ambiente de treinamento para os revendedores da região. Já no Rio, um
quiosque faz a interface com estes públicos.
Somente com estes dois projetos, a AMD espera aumentar em 66% as vendas
para integradores e revendas que atuam na região da Santa Ifigênia e no
Infocentro. “Queremos proporcionar uma experiência e demonstrar a nossa
diferença”, afirma Roger Melo, Diretor de Marketing da AMD Brasil, em
entrevista ao Mundo do Marketing. Além dos pontos físicos, a companhia
vai até o seu público com caminhão itinerante.
O Caminhão Volante AMD já percorreu quatro cidades e fez relacionamento
com cerca de mil pessoas, que interagiram com os produtos da marca por
meio de um simulador de corrida igual aos dos pilotos de Fórmula 1. Como
patrocinadora da equipe Ferrari, esta é uma das ações de ativação que a
companhia realiza, além de levar clientes para o GP Brasil. Outro
patrocínio que a marca faz questão de ativar é o da Seleção Brasileira
de Gamers.
Mudança de estratégia
Regularmente, os jogadores de videogame profissionais dão dicas para os
consumidores comuns sobre o desempenho dos produtos da AMD. Os
revendedores também desempenham papel fundamental na estratégia da
companhia, uma vez que participam de programas de incentivo para vender
cada vez mais computadores equipados com os processadores da marca.
Com uma estratégia de preço abaixo da concorrência, viável porque a
companhia não tem fábrica própria e tem uma estrutura de custos
controlados, os processadores AMD estão dentro desde netbooks vendidos a
R$ 799,00, até mega computadores profissionais, passando pelos consoles
Wii e Xbox. Mostrar a sua presença em todos estes ambientes é um
desafio. Por isso, a marca tem apostado em ações de comunicação digital,
principalmente nas redes sociais.
Com um posicionamento de marca alinhado ao humor, a AMD já realizou
webséries e concursos culturais com Os Barbichas e agora aposta na
irreverência do personagem O Melhor do Melhor do Mundo para conquistar
mais fãs para a sua fan page no Facebook, que saiu de zero para 130 mil
membros em seis meses.
Para
dar conta do crescimento da companhia, a AMD sabe que precisa trilhar
cada vez mais novos caminhos. Um deles é conquistar o varejo. Um projeto
chamado de Update do Visual vai reformar e promover melhorais de
infraestrutura e no visual de revendedores em troca, claro, da
preferência pela marca. O outro desafio é a tecnologia.
Com a disseminação dos tablets e smartphones, e a consequente
diminuição nas vendas de notebooks e até de netbooks em médio prazo, a
AMD vê seu mercado encolher. A saída passa pelo ingresso neste mercado,
mais complexo. “A indústria vive um ponto de inflexão”, reconhece Roger
Melo (foto). Por isso, a marca estuda para entrar neste segmento. “Não
descartamos esta hipótese. O desafio é fazer uma tecnologia de alta
performance numa ambiente menor e mais barato”, afirma o Diretor de
Marketing.
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