Quem já leu "1984", de George Orwell, consegue vislumbrar facilmente o que prevê Luli Radfahrer em seu artigo desta segunda-feira, 23, para a Folha de S.Paulo. O professor da ECA/USP critica a atuação de empresas como Google e Facebook, que acabam contrariando o espírito libertário da internet.
"Propriedades privadas, eles fazem o que quiserem com os dados em suas bases", lembra. "Para censurá-los basta uma conversa rápida, como aquela que o governo chinês teve com o Google, e as liberdades de seus usuários se foram."
É o que ele chama de "quarta fase" da internet, rede que sem jamais ter mudado de nome mantém quase nada do que possuíra em suas fases anteriores, de acadêmica, textual ou aberta. A ideia do que se vive hoje, diz Luli, é parecida com o que idealizara a America Online quando quis criar "jardins murados" e manter seus usuários longe do potencial completo da rede.
"A estrutura que interage com parte significativa da vida pessoal e profissional de cerca de 2 bilhões de pessoas é feita de ambientes restritos, incomunicáveis", comenta.
Luli ainda enxerga o que vem por aí, a chamada de "quinta fase", em que a internet passará para as coisas: iPhones, Kindles... Serão elas que farão o meio de campo com seus donos e os donos de seus dados.
"E, como o nome da rede não mudou, muitos acreditarão que nada mudou", conclui.
Redação Adnews
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