Versão topo de linha estreia no país a marca GT da Renault. Motor 2.0 turbo rende até 180 cv
A Renault aparentemente não estava contente com a família Fluence e
resolveu que era hora de apimentar a relação. Para isso, a marca traz
agora ao país o Fluence GT. A sigla depois do nome não é um mero
detalhe. Trata-se de uma referência à divisão Renault Sport, responsável
pelos carros esportivos da fabricante vendidos na Europa.
O sobrenome de peso exige um tratamento cuidadoso com o Fluence. Por
isso, nada de fazer apenas algumas adaptações estéticas no modelo. Foi
preciso mexer na alma do carro. O motor escolhido é o mesmo 2.0 16v do
Mégane GT europeu, ou, se preferir, do Duster vendido por aqui acrescido
de turbo “twin scroll” e alterações em pistões, bielas, virabrequim e
bronzinas, que foram reforçados.
Por conta da turboalimentação, o propulsor gira apenas a gasolina (é
flex, no jipão). Com as modificações, a potência máxima subiu de 142 cv
para 180 cv. Já o torque máximo passou para 30,6 kgf.m (contra 20,9
kgf.m da versão aspirada).
Com estes números, o Fluence GT se torna o modelo com o maior torque
de sua categoria à venda no país. À frente, por exemplo, do Peugeot 408
THP (24,5 kgf.m e do VW Jetta TSi (28,5 kgf.m), como fez questão de
ressaltar o comunicado da empresa à imprensa. Quanto à potência máxima, o
líder do segmento ainda é o Jetta TSi, que rende até 200 cv de
potência.
Antes de virar a chave – ops, vício de linguagem, já que no Fluence
GT basta manter o cartão no bolso e apertar o botão Start –, uma
conferida no visual. Na dianteira, um discreto spoiler embaixo do
para-choque. Na lateral, saias na cor da carroceria. E, na traseira,
pequeno aerofólio acima da tampa do porta-malas e um extrator de ar na
cor preta na parte de baixo. O desenho das rodas (205/55 R17) são
exclusivos da versão.
No interior, completa o visual “foguetinho” os bancos dianteiros com
abas pronunciadas e costuras vermelhas, pedaleiras esportivas e um
painel de instrumentos exclusivo, com velocímetro digital.
Na pista /Mudanças conferidas, hora de saber o que o
GT é capaz. A primeira volta ocorre em trecho de rodovia via sinal. O
movimento intenso de caminhões é ótima desculpa para conferir a retomada
do Fluence. E ela é boa. O turbolag (demora na resposta do motor depois
que se pisa no acelerador) praticamente não é sentido. Ajuda também o
câmbio ser manual (seis marchas). O GT responde com saúde de atleta
acostumado a correr os 100 metros rasos em menos de 10 segundos.
A suspensão foi recalibrada, mas não chega a ser dura. O GT é firme
nas curvas, mas sem incomodar com solavancos. Somente as acelerações
poderiam ser mais vigorosas. Segundo a Renault, o GT faz de 0 a 100 km/h
em 8 segundos. O que não é ruim, mas é que a gente fica mal acostumado
com o sobrenome GT.
Ficha técnica Fluence GT
PREÇO ESTIMADO: R$ 79.370
ORIGEM: Argentina
MOTOR: Transversal, a gasolina, quatro cilindros, 16 válvulas, com
duplo comando de válvulas e turbo, 1.998 cm³. Potência de 180 cv (a
5.500rpm) e torque de 30,6 kgfm (2.250rpm )
TRANSMISSÃO: Manual de seis marchas. Tração dianteira
PNEUS: 205/55 R 17
DIMENSÕES: 4,64 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,47 m de altura e 2,70 m de entre-eixos
DESEMPENHO De 0 a 100 km/h em 8 segundos e máxima de 220 km/h (limitada)
Bom pacote de equipamentos justifica o preço mais alto
Além de apimentar o Fluence com motor turbo, a Renault fez questão de rechear o GT com equipamentos. Não há opcionais.
Por R$ 79.370, a versão top de linha da marca no país vem equipada
com seis air bags, controles de estabilidade (ESP) e de tração (ASR),
freios a disco nas quatro rodas com ABS, distribuição eletrônica de
frenagem (EBD) e auxílio de frenagem de urgência. Tudo isso só em
relação à segurança. Com relação ao conforto, a versão traz tela de
cinco polegadas integrada ao painel com GPS, CD player com bluetooth,
ar-condicionado bizone, bancos forrados em couro, teto solar elétrico,
direção elétrica multifunção, acendimento automático dos faróis de
xenon, que contam com regulagem de altura e lavadores.
Ou seja, mesmo que você não seja fã de um desenho mais esportivo, o
Fluence GT vale a pena também pela sua ampla lista de equipamentos de
série.
Peugeot 408, Honda Civic, Toyota Corolla, VW Jetta, Ford Focus e companhia que se cuidem. O GT vem aí.
Nenhum comentário:
Postar um comentário