quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Mudança de perfil para a Mercedes-Benz

Novo modelo Classe A difere dos antecessores em visual e espírito, parecendo muito com seu rival da BMW 


Agência O Globo

Divulgação Versão básica por aqui deverá ser a A200, que pode sair por volta dos R$90 mil Versão básica por aqui deverá ser a A200, que pode sair por volta dos R$90 mil
O designer Mark Fetherston, de 35 anos, ficava chateado toda vez que revia os colegas de faculdade. Trabalhando para a Mercedes-Benz, encontrava seus pares de geração dirigindo Audi A3 ou BMW Série 1.
E o sinal amarelo já estava aceso há tempos em Stuttgart: era preciso rejuvenescer a imagem da Mercedes, normalmente associada a burgueses quarentões ou mais velhos.
A resposta veio na forma de uma nova geração do Classe A. Apesar do nome, o modelo que começa a ser vendido na Europa pouco tem a ver com o aquele monovolume fabricado em Juiz de Fora, entre 1999 e 2005.
Eis que o novo Classe A só tem em comum com seus antecessores o nome e a tração nas rodas dianteiras. Sua chegada ao Brasil ainda vai demorar– o desembarque dos lotes iniciais está previsto para o primeiro semestre de 2013.
O Brasil deverá receber uma versão de entrada (provavelmente a A 200) e outra topo de linha (A 250). Pudemos dirigir as duas ao longo de 250 quilômetros pela Eslovênia.
As novidades começam pelo formato da carroceria, desenhada por Fetherston: o novo A é um hatch baixinho, com jeitão musculoso e esperto. Visualmente, tem muito a ver com o seu rival BMW Série 1.
Entramos no carro e a impressão de esportividade persiste. O banco é rente ao assoalho e abraça o motorista. Traz ainda regulagem elétrica do banco, por meio de botões na porta, bem ao estilo Mercedes. Graças ao volante bem vertical e com amplas faixa de ajuste, a posição de dirigir é absolutamente perfeita.
Começamos a viagem com o A200, equipado com um motor de quatro cilindros e 1.595cm³, com turbocompressor (o equipamento é usado em toda a gama do novo Classe A, para melhorar a eficiência e reduzir consumo e emissões).
Pela aparência agressiva, o A200 acaba decepcionando quando entra em ação.
Na versão A200 (que no Brasil deverá custar em torno de R$ 90 mil), o motor rende bons 156 cv. Pena que tenha um turbolag tão grande– muitas vezes, o motorista sente um hiato de força ao pisar no acelerador.
É uma pena, já que a posição do motorista, a direção bem direta (com assistência elétrica) e a suspensão firme sugerem uma tocada mais vigorosa. Chamam a atenção o excepcional acabamento e o perfeito isolamento acústico.
O acionamento elétrico do freio de estacionamento trabalha com um certo atraso. Às vezes uma prosaica alavanca é a melhor solução.
Força /Pegamos, então, o A250. Seu acabamento interno é um pouco diferente, com fibra de carbono que dá a impressão de leveza. Há também um enorme teto solar que se estende por quase todo o teto (o carro tem quatro lugares, mas há aperto no banco traseiro).
Com o motor turbo de 1.991 cm³ e 211 cv, o Classe A finalmente entrega toda a emoção prometida por seu estilo. É disposição a todo momento!
Um destaque é a transmissão 7G-DCT , que deverá estar em todos os novos Classe A vendidos no Brasil. Trata-se de uma caixa automatizada de sete marchas, rápida como o pensamento. O seletor é uma alavanca que migrou do console para a coluna de direção.
Se o caso é economizar, basta deixar em sétima marcha, longa toda a vida. Para se ter uma ideia, a 100 km/h, estamos a 1.800 rpm.
A estabilidade é tanta que, em curvas, a impressão é de que ainda estamos longe do limite e o carro está a rir do motorista. E, mais uma vez, ficamos bestas com o silêncio e a suavidade de marcha. Isso, vale lembrar, no asfalto liso da Eslovênia.
Por fim, a prévia: o Classe A usa a plataforma do atual Classe B. Esta base com tração dianteira também será usada em uma pequena caminhonete, um utilitário esportivo e um sedã. Há alguma chance de que um destes seja produzido no Brasil, a médio prazo.
Todos os Classe A trazem dispositivo para evitar batidas
Todas as versões do novo Classe A têm um dispositivo que ajuda a evitar batidas.
A máquina vai medindo constantemente a velocidade do carro e a distância em relação a quem está na frente. Se o computador "pressente" que uma colisão está para acontecer, acende uma luz no painel e emite um alto aviso sonoro (pi-pi-pi-pi!) a 2,6 segundos da pancada iminente.
É tempo mais do que suficiente para que o motorista desvie - conforme testamos em uma pista de aeroporto.
Tem mais: se o motorista for meio bobo e pisar no freio com força insuficiente, o computador dará pressão total no sistema. Ainda não é o dispositivo de parada totalmente automática encontrado em modelos mais caros, mas já ajuda bastante na questão da segurança.
Na ânsia de rejuvenescer a imagem do carro, botaram ainda outro equipamento de série: contato permanente com Facebook e Twitter. O display é o mesmo usado para o som e o GPS. Entre outras coisas, o Classe A pode informar onde está aos amigos de seu dono - tudo sozinho...
Ficha técnica Classe A
PREÇO ESTIMADO:   R$90 mil
ORIGEM: Alemanha

MOTOR: Transversal, a gasolina, quatro cilindros, 16 válvulas, com injeção direta e turbo, 1.595cm³. Potência de 156cv (a 5.300rpm) e torque de 25,5kgfm (entre 1.250rpm e 4.000rpm)
TRANSMISSÃO: Câmbio automatizado de sete marchas

PNEUS: 205/55 R16
DIMENSÕES:  4,29 m de comprimento, 1,43 m de largura,e 2,70 m de entre-eixos
DESEMPENHO  De 0 a 100km/h em 9,1 segundos  e máxima de 202 km/h

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