Apesar dos números otimistas do setor, falta de conhecimento nos aspectos tecnológicos gera entraves para que mais empresas criem suas lojas virtuais
Para suprir esta deficiência, algumas empresas apostam na oferta de
soluções integradas. Fundada por Walter Sabini Junior e Vinícius Pessin,
a E-smart está iniciando sua operação com este objetivo: oferecer um
sistema simples de ser operado e que reúna todos os recursos em uma
única ferramenta. “O grande problema é a falta de conhecimento. Por isso
pensamos um uma plataforma de fácil acesso, que possa fazer a inclusão
de todos. Geralmente o comerciante desiste de fazer a loja virtual por
encontrar dificuldades no meio do caminho”, explica Walter Sabini
Júnior, CEO da E-smart.
Para
facilitar esta inclusão, todo o sistema foi pensado para ser intuitivo
mesmo para usuários leigos. Um exemplo está no uso de expressões menos
técnicas: ao invés de links patrocinados, o sistema da E-smart oferece
um botão com o nome “divulgar na internet”. “Vamos fazer um blog com
tudo que precisa para usar as ferramentas. Teremos vídeos tutorial
explicando tudo o que é necessário para vender na internet. Serão
realizadas palestras dos diretores e workshop com clientes, que
receberão um treinamento especializado”, completa Walter Sabini Júnior.
Com estas ações, a E-smart espera faturar R$ 20 milhões em 2013.
Dificuldade em identificar bons fornecedores
Para empresas que ainda não funcionam no online, encontrar bons
fornecedores de ferramentas para implantar uma loja virtual torna-se um
desafio. A Isle, loja especializada em semi-joias, levou um ano e meio
pesquisando até sentir confiança para montar o seu e-commerce. Mesmo
para quem já possui alguma experiência com o mundo digital, é difícil se
sentir a vontade com os termos técnicos, sistemas e também com as
dificuldades geradas por atendentes pouco preparados.
Para
quem está entrando neste ramo, fica mais difícil identificar as
melhores ferramentas. “Fizemos uma pesquisa bastante grande para
escolher cada um dos fornecedores. A segunda grande dificuldade é
entender como funciona a operação integrada com todos eles. Tenho já
experiência de comércio, mas entendo que o e-commerce é ainda mais
complicado. Temos todos os desafios de gestão, operação e recursos
humanos, além da ampliação do público que é atingido”, diz Guilherme
Torres, sócio da Isle, em entrevista ao portal.
O sócio da Isle não é um iniciante quando o assunto é internet.
Guilherme Torres também possui participação em outra empresa que faz
monitoramento de preços no e-commerce. Mesmo assim, precisou de muito
tempo e pesquisa até abrir o seu novo empreendimento com segurança.
“Algum conhecimento eu já tinha, mas bastante superficial em termos de
operação. Tenho amigos que possuem lojas virtuais e fizeram a escolha da
plataforma sem muito conhecimento. Isso dificultou. E os fornecedores
em geral não estão preparados para orientar”, reclama o empresário
Sem planos para o comércio eletrônico
Enquanto
algumas marcas buscam orientação e pesquisam, outras preferem deixar a
entrada no e-commerce para um futuro ainda indefinido. A Paraíso Moda
Bebê, empresa que vende itens voltados para recém-nascidos, aposta no
contato direto entre clientes e produtos para transmitir qualidade e
diferenciação. “Não temos qualquer previsão para abrir uma loja virtual a
curto ou médio prazo. Nosso produto precisa ser apresentado fisicamente
aos clientes. Nosso grande diferencial é que eles são 100% exclusivos e
nossos consumidores são bem criteriosos. Para atender a este nível de
exigência, o melhor caminho é a venda de balcão. Fizemos alguns testes
na internet, mas não tivemos bons resultados”, argumenta Rafael
Carvalho, Diretor Comercial da Paraíso Moda Bebê.
Com distribuição em mais de três mil pontos de venda, a marca não vê
atrativos em vender pela internet, embora não descarte esta
possibilidade para o futuro. A parte de infraestrutura apresenta um
pouco de dificuldade, mas a empresa possui um bom suporte de TI. “Se
fosse o objetivo, teríamos condições de desenvolver nosso e-commerce.
Mas a nossa decisão por não investir no comércio eletrônico não se deve a
isso e sim ao nosso posicionamento e perfil de público”, afirma Rafael
Carvalho.
Não é o que pensam os sócios da E-smart. Embora muitas empresas ainda
resistam ao e-commerce, não é possível ignorar as oportunidades que este
novo canal de compras representa. “O e-commerce brasileiro está em
momento extraordinário. As vendas aumentam cerca de 20 a 25% ao ano, mas
esses números podem ser ainda mais impressionantes dependendo da
empresa. Hoje 20% das empresas brasileiros têm e-commerce. Das 70
milhões de pessoas que usam internet no Brasil, apenas 14% compram pela
internet. A E-smart é viabilizadora para estas empresas, oferecendo todo
o suporte. Nossa missão é a inclusão digital empresarial”, explica
Vinícius Pessin, Diretor Geral da E-smart, em entrevista ao portal.
Com soluções inteligentes e de fácil operacionalização, muitas
organizações que ainda não se arriscam nas vendas pela internet terão
mais segurança para fazê-lo. “Vamos atuar justamente nesta área.
Antecipando os erros e mostrando soluções rápidas, faremos com que menos
pessoas desistam da internet”, finaliza Walter Sabini Junior.
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