Exportações somaram US$ 6,07 bilhões; importações, US$ 9,4 bilhões.
O setor de autopeças registrou aumento do déficit comercial acumulado
de janeiro a julgo, de acordo com dados do Sindipeças, entidade que
representa as fabricantes, publicados na noite desta segunda-feira (27).
Segundo a entidade, com as informações do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações
somaram US$ 6,07 bilhões, enquanto as importações, US$ 9,4 bilhões —
aumento do déficit de 27,19% sobre o mesmo período de 2011.
Na variação mensal, esse aumento foi de 9,83%. No mês de julho, as
importações somaram US$ 1,42 bilhão, e as exportações, US$ 933 milhões o
que resultou no déficit mensal de US$ 488 milhões.
A Argentina, apesar da redução dos negócios, ocupa o primeiro lugar da
lista de países que mais compram do Brasil, com 34% do total. “As
importações, de 139 países, foram encabeçadas por itens dos Estados
Unidos, que representaram 12,2% do total”, destaca o Sindipeças no
balanço.
De acordo com o balanço, a América do Sul detém a maior participação
nas exportações brasileiras, com 46,4%. Porém, possui o maior decréscimo
quando comparado ao período de janeiro a julho de 2011, de 11,23%. A
macrorregião que possui o maior crescimento é a Ásia e Oceania, com
aumento de 23,63% de janeiro a julho de 2012 em comparação com o mesmo
período do ano anterior.
As maiores participações nas importações brasileiras são da Europa, com
39,8%, e da Ásia e Oceania, com 35,7%. Juntas, somam mais de 75% das
importações.
O maior crescimento no período é o da Ásia e Oceania, com 18,11%, e o
maior decréscimo é o da África, com queda de 27,34%, no acumulado de
janeiro e junho em relação ao mesmo período do ano anterior.
Faturamento do setor acumula queda
O faturamento do setor de autopeças no primeiro semestre, em reais
deflacionados, foi 13,9% inferior ao de igual período do ano anterior.
As vendas para as montadoras foram as que mais caíram, 18%. Houve
retração também nos outros segmentos de mercado: intrassetorial (um
fabricante de autopeças vendendo para outro), 17,3%; reposição, 10,1%; e
exportação, 1,2%.
No faturamento dividido por estados, o Paraná foi o único estado no
qual apresentou variação positiva, de 8,2% no acumulado do ano em
relação ao igual período do ano anterior. Os demais estados, Minas
Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo seguiram em
trajetória de baixa, com quedas de 18,3%, 18,1%, 17,2% e 13,3%,
respectivamente.
Regime automotivo
Para estimular toda a cadeia automobilística no Brasil, o governo deve
anunciar nos próximos dias um novo pacote de medidas que obrigue as
montadoras a aumentar o conteúdo de peças nacionais nos carros. O novo
regime automotivo, que valerá entre 2013 e 2017, vai considerar o volume
de aquisições de peças e insumos estratégicos, assegurar investimentos
em inovação. Também tem como objetivo aumentar o valor de gastos em
engenharia e tecnologia industrial básica, além de melhorar a eficiência
energética dos veículos.
Entre as medidas que deverão ser cumpridas pelas montadoras para se
enquadrar no novo regmie e, com isso, ter direito a redução do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI), estão investir no mínimo 0,15% da
receita operacional bruta em inovação em 2013, percentual que subirá
para até 0,5% em 2017 e cumprir, no país, 8 de 12 etapas fabris nos
veículos leves, e 10 de 14 para pesados em 2013, subindo, até 2017, para
de 10 a 12 etapas (leves) e de 12 a 14 etapas (pesados).
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