Anúncio oficial será feito apenas no final desta semana pelo governo
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), prevista
para terminar na sexta-feira, dia 31, deve ser prorrogada. É o que Carpress
apurou junto a fontes graduadas do mercado. Governo e montadoras já têm
o veredicto, guardado a sete chaves. Mas o pulo do gato é não revelar
sobre a prorrogação, o que diminuiria a corrida às lojas e a expectativa
de fazer de agosto um novo mês de recorde nas vendas.
Enquanto isso, fabricantes e concessionários aproveitam para fazer
promoções, sempre sob o mote de "últimos dias de IPI reduzido". "Se a
redução for prorrogada, sabe quando será o anúncio? Na sexta-feira
depois do almoço", afirma o vice-presidente da General Motors do Brasil,
Marcos Munhoz (não, ele não foi uma das fontes graduadas a fornecer a
informação...).
A medida nos fez lembrar até de um hábito nos
anos 80 – o de anunciar pacotes econômicos à noite ou decretar feriados
bancários, como foi o caso do Plano Collor, em março de 1990.
Foi
a diminuição do imposto que reverteu a expectativa de queda no mercado
para um novo crescimento. Até o dia 21, as vendas de automóveis e
comerciais leves cresceram 3,92%, em relação ao mesmo período do ano
passado, com 2,23 milhões de veículos vendidos.
Seguindo a máxima
de que brasileiro deixa tudo para a última hora, anunciar a prorrogação
com antecedência seria temerário. A Agência Brasil, de Brasília,
realizou um levantamento em concessionárias. Quase todas afirmam que, só
nos últimos 15 dias, houve um aumento de aproximadamente 30% nas
vendas, número reforçado pela flexibilização da aprovação de crédito.
Presidente
da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos
Automotores), Flávio Meneghetti diz que o setor tem procurado mostrar ao
governo que o IPI menor foi determinante para reverter os resultados
negativos registrados no início do ano. Em se confirmando a prorrogação,
a medida deverá valer até 31 de dezembro, abrangendo um período
importante, que é o do pagamento do 13º salário.
A medida de
redução foi implantada em maio deste ano, da seguinte forma: o IPI caiu
de 7% para zero para automóveis até 1.000 cm³ de cilindrada, de 11% para
6% para os de 1.000 cm³ a 2.000 cm³ flex e de 13% para 6,5% para
modelos de 1.000 cm³ a 2.000 cm³ a gasolina.
Utilitários também
tiveram redução no imposto, de 4% para 1%. O governo também liberou
depósitos compulsórios para o financiamento de automóveis, da ordem de
R$ 18 bilhões em um ano. Em contrapartida, os fabricantes de veículos se
comprometeram a não demitir e a conceder descontos de até 2,5% sobre o
preço de tabela.
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