Estudo demonstra evolução na integração das atitudes ao modelo de negócio das marcas e mostra que algumas delas já enxergam um importante valor nestas práticas
Essa guinada na abordagem do conceito de sustentabilidade representa
uma evolução do último relatório da entidade, relativo a 2010 e abordado
em matéria
do Com:Atitude, que trazia uma distinção entre as empresas embracers –
que acreditavam na sustentabilidade como uma vantagem competitiva – e as
cautious adopters – que aderiam de forma cautelosa à sustentabilidade e
seguiam apegadas, principalmente, às regulações ambientais. Até então,
as embracers representavam 24% das empresas consultadas, e 38%, as
cautious adopters.
Compromisso efetivo
As harvesters são caracterizadas não só por enxergarem a importância do
compromisso com a sustentabilidade, mas também por entenderem a questão
como fator crítico para seu desenvolvimento econômico e não apenas um
incremento em suas estratégias.
De acordo com a pesquisa, 70% das empresas possuem um lugar permanente
para a sustentabilidade em suas agendas há cerca de seis anos. E 20%
delas possuem essa visão há dois anos. Esse número ressalta a máxima do
envolvimento de longo prazo como um caminho de sucesso.
Principais motivações
Além da necessidade competitiva, em que a sustentabilidade se coloca
como imperativo para 67% das empresas pesquisadas – o dado foi de 55% em
2010 – outras motivações são também apontadas: a exigência e
preferência dos consumidores por produtos mais sustentáveis, com 41%;
pressão política e legal, com 35%; escassez de recursos, com 30%; e
concorrência com empresas do mesmo setor, com 28%.
Indústria e localização
As empresas de consumo, serviços industriais, construção e energia
estão entre os principais setores em que as harvesters se inserem. Esse
quadro está diretamente relacionado à otimização de recursos naturais,
que impactam de forma decisiva em sua licença para operar.
E segundo o relatório, as regiões consideradas como referência em
sustentabilidade são: Europa, América do Norte e Austrália/Nova
Zelândia, com 63%, 35% e 22% da opinião, respectivamente. A América
Latina surge apenas com 5%, atrás da Ásia. Entretanto, as empresas que
apresentaram maior comprometimento com relação à sustentabilidade são as
regiões emergentes: Ásia e América do Sul.
Diretrizes das harvesters
Estrutura organizacional: o estudo aponta que tais empresas não estão
simplesmente incluindo as iniciativas orientadas para a sustentabilidade
e, sim, realizando uma reforma completa de sua organização. Isso vai
desde a contratação e formação de equipes específicas até o
desenvolvimento de indicadores e monitoramento de ações. As iniciativas
em sustentabilidade passam responder pelos mesmos parâmetros que as
áreas core da empresa, em termos de responsabilidade e resultados. Das
harvesters consultadas, 75% delas apresentam compromisso do CEO para a
sustentabilidade, em comparação a 43% das empresas que não se encaixam
nesta categoria.
Modelo de negócio: os diversos desafios impostos pela sustentabilidade
na organização são tomados como compromissos diários pelas harvesters,
segundo o relatório. Para construir um verdadeiro caso de
sustentabilidade, as empresas passam por dificuldades relativas à
reputação de marca, à comunicação, ao engajamento dos colaboradores, aos
indicadores socioambientais, aos custos relacionados aos recursos
utilizados na cadeia de valor, dentre outros. Para enfrentar todas as
supostas “adversidades”, o relatório indica que é preciso iniciar com
rapidez o processo da sustentabilidade a permanecer como cautious
adopter, sob o risco de demorar a ver os resultados de negócio.
Colaboração e interação: não basta transformar o modelo de negócio e a
estrutura organizacional: é preciso, também, qualificar o relacionamento
com os principais pontos de contato. A busca de melhores práticas e a
extensão da estratégia de sustentabilidade depende dessa movimentação.
Segundo o relatório, as empresas tidas como harvesters tiveram seu
relacionamento aprofundado com os seguintes públicos: consumidores, para
66% das empresas consultadas; fornecedores, 59%; governo, 47%; e seus
próprios colaboradores, 41%. Para empresas que não são consideradas
harvesters, o nível de interação cai consideravelmente para 38%, 40%,
33% e 23%, respectivamente.
O estudo está em linha com a evolução da abordagem empresarial em
relação à atitude de marca, que parte de ações pontuais e não
estratégicas e culminam em modelos de ação integrados ao negócio a
partir de um propósito genuíno para a companhia e, ao mesmo tempo,
socialmente relevante
*Por Leticia Born. Esta reportagem foi publicada originalmente no portal Com:Atitude, da Edelman Significa, e agora no Mundo do Marketing de acordo com parceria que os dois portais mantêm.
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