quinta-feira, 23 de agosto de 2012

8 empresas que sabem ganhar dinheiro com design


Na semana em que começa a Design Weekend em São Paulo, conheça o caso de oito companhias que apostaram em um design diferenciado para estimular os negócios – e não erraram a mão

Fiat

Em 2010, a Fiat surpreendeu muita gente com a reformulação do Uno, o carro de entrada que a montadora italiana começou a vender no Brasil há quase três décadas. Com a proposta de conquistar um público jovem, o Novo Uno teve interior e exterior reformados. Como resultado, as tradicionais linhas quadradas deram lugar a acabamentos arredondados. Cores vibrantes e a possibilidade de acabamento personalizado completaram o pacote.
Entre designers e engenheiros, 600 profissionais da Fiat se envolveram na criação do carro, um projeto que demorou três anos - e 426 protótipos - para ficar pronto. Mas os esforços foram revertidos em um dos maiores sucessos recentes da empresa. De maio de 2010 a abril deste ano, o modelo já vendeu mais de 300.000 unidades. 

Ikea

Até 1953, os móveis bonitos eram invariavelmente caros. E os baratos... bem, tinham cara de baratos. Foi quando o sueco Ingvar Kamprad fundou a primeira loja da Ikea, com a proposta de vender cadeiras, mesas e uma infinidade de itens de casa a preços mais baixos, porém com um design moderno e inovador.
O tamanho da fortuna de Kamprad dá mostras do sucesso da sua empreitada, cuja proposta foi replicada por uma série de companhias, como as brasileiras Tok & Stok e Etna, e a inglesa Habitat. Sexto homem mais rico do mundo segundo o ranking de bilionários da Bloomberg, o sueco comanda uma rede que fechou 2011 com 325 lojas no mundo e vendas de nada menos que 26 bilhões de euros.

Apple

Nos últimos anos, os produtos com o carimbo da famosa maçã ganharam o status de verdadeiros objetos de desejo. De iPods a iPads, passando por iPhones e iMacs, todos, de uma forma ou outra, influenciaram o mercado em geral, seja pela popularização das telas sensíveis ao toque ou pela própria forma de consumir música e conteúdos digitais.
Frutos de uma meticulosa supervisão de Steve Jobs, conhecido por buscar com exaustão a fórmula para um design elegante, funcional e intuitivo, os produtos continuam rendendo rios de dinheiro à Apple depois da morte de seu fundador. No último trimestre, a empresa registrou um faturamento de 39,2 bilhões de dólares. Apenas os iPhones responderam por 22,7 bilhões deste bolo - cifra 30% mais alta que a obtida com todos os produtos juntos da Microsoft, no mesmo período.

Coca-Cola

A Coca-Cola nasceu em 1886 como uma mistura de água gaseificada e xarope. A cinco centavos de dólar, a bebida era servida em copos de vidro. Oito anos depois e já espalhada por diversas partes dos Estados Unidos, a Coca começou a ser engarrafada em uma pequena loja no Mississipi. O proprietário, que tocou o projeto por conta própria, ficou impressionado com o volume de vendas e resolveu criar um tipo de envase portátil para catapultar o negócio. Joseph Biednharn até enviou seu modelo à Coca, mas a empresa não ficou entusiasmada com a ideia.
Com o passar dos anos, a Coca ganhou mais e mais fama e passou, finalmente, a ser vendida em garrafas. Preocupada com o surgimento dos refrigerantes que tentavam imitá-la, a empresa lançou um concurso para criar uma garrafa com identidade própria, que remetesse à bebida até mesmo quando tocada no escuro. Pelas mãos do designer Earl R. Dean, o modelo de curvas sinuosas, conhecido como "countour bottle", levou a melhor e ganhou o mercado a partir de 1916. Até hoje, o formato continua associado à Coca, que, junto com as marcas da Coca-Cola Company, embolsou 13 bilhões de dólares em vendas no segundo trimestre do ano.

Fujifilm

A volta ao passado é apenas no desenho. A Fujifilm apostou no design retrô para conquistar os fãs de fotografia que sentem saudades do jeitão das câmeras de antigamente, mas não abrem mão da tecnologia das máquinas digitais.
As câmeras da série X da marca japonesa são, nas palavras da Fujifilm, "obras-primas de uma tecnologia inovadora, encarnadas em um chassi tradicional". No último trimestre, a companhia obteve receita de 73,7 bilhões de ienes com a sua divisão de produtos de imagem, algo como 1,9 bilhão de reais.

Tupperware

Terminada a Segunda Guerra, Earl Tupperware inventou e batizou com seu sobrenome uma série de recipientes plásticos para guardar comida. Criados na esteira da popularização das geladeiras nos lares, os famosos potinhos continham um selo na tampa que garantia que fossem hermeticamente fechados, impedindo que os alimentos secassem ou murchassem.
Mas a inovação não foi suficiente para convencer os consumidores. A partir de 1948, a empresa começou a organizar eventos para as mulheres para demonstrar como funcionavam os produtos - as chamadas "Tupperware Home Parties". O negócio deu tão certo que a revenda para grandes varejistas foi abortada em 51 e o modelo de vendas diretas foi definitivamente adotado pela companhia. As tais festas continuam acontecendo. E a Tupperware ganhou força no mundo inteiro. Hoje, a companhia está presente em quase 100 países. Sua receita bateu em 2,6 bilhões de dólares em 2011.

Brastemp

A Brastemp, uma das marcas de eletrodomésticos da Whirlpool, também resolveu conferir um ar vintage a seus produtos. A princípio, investiu no lançamento de um frigobar inspirado na estética dos anos 60 e 70. O item fez tanto sucesso que a Brastemp resolveu incluir geladeiras e fogões no nostálgico portfólio.
Desde o começo de 2011, os três produtos são vendidos pela empresa por preços que vão de 900 reais (frigobar) a 8.000 reais (geladeira). Sem divulgar expectativas de vendas, a empresa chegou a afirmar na época que a tradicional linha branca já não expressaria mais a personalidade do consumidor atual.

C&A

Walter Rodrigues, Marcelo Sommer, Glória Coelho, Isabela Capeto, Maria Filó e Stella McCartney. Apesar de ser grande, a lista não contempla todos os nomes da moda que já emprestaram suas criações às araras da C&A. Desde 2005, a maior varejista de roupas do Brasil fecha parcerias com marcas e estilistas renomados.
Em entrevista à EXAME.com, Elio França, diretor de marketing da empresa, disse que esta foi a forma encontrada para oferecer moda com alta percepção de valor a um preço mais acessível ao grande público. A companhia não é a única a abraçar a estratégia. No Brasil, a Riachuelo foi pioneira ao vender roupas assinadas por Fause Haten em 2001. Lá fora, esse tipo de associação já uniu nomes como o da varejista H&M e do estilista Karl Lagerfeld. Neste caso, inclusive, as peças sumiram das prateleiras em um dia e foram parar em leilões virtuais por preços mais salgados.

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