– Com e economia na compra do carro dá pra comprar geladeira, TV ou aplicar na Poupança.
Que a queda média de 2,6% no preço do carro zero foi representativa em maio não há o que questionar. Pesquisa AutoInforme/Molicar
mostra que foi o maior recuo de preços desde 2008. Mas segundo o
professor de MBA da Fipecafi, Mário Rodriguez Amigo, que falou à Equipe Resolve, essa condição não deve ser considerada isoladamente, pelo consumidor, na hora de decidir-se pela compra.
Antes de mais nada, é preciso ficar atento ao fato de que a queda foi
maior entre as marcas mais populares, ficando entre 5,5% e 6%. Isso
reflete a disposição do mercado em conceder descontos mais generosos na
compra à vista do que os 2,6% da média. O comprador deve, portanto, ir
atrás dessas condições mais vantajosas e não fechar negócio pela
primeira oferta que encontrar.
Considerando que a compra de um veículo envolve valores expressivos,
de R$ 30 mil, R$ 50 mil ou R$ 80 mil, os descontos de 6% poderiam
alcançar, nesses casos, R$ 1,8 mil, R$ 3 mil e R$ 4,8 mil reais,
respectivamente.
“São recuos expressivos e o momento é favorável para a compra”,
afirma o professor. Com esse total economizado seria possível, então,
adquirir outros bens – geladeiras, tevês – ou aplicar no mercado. Na
caderneta de poupança, por exemplo, o rendimento mensal seria de R$
23,00, pelos níveis atuais da taxa básica da economia, a Selic.
Mas os descontos por si só não são suficientes para a tomada de uma
decisão. Quem tem dinheiro para a compra a vista precisa se perguntar se
há necessidade da compra do veículo. Afinal, haverá uma troca de
liquidez (dinheiro à disposição para saque) por um produto que se
desvaloriza assim que sai da loja. Ou dito de outra forma: esse dinheiro
não vai fazer falta para os compromissos assumidos para os próximos
meses ou despesas inesperadas?
Se a compra for financiada, a preocupação é com o comprometimento da
renda e por um período mais longo. O consumidor tem de calcular quanto a
prestação vai comprometer do seu orçamento mensal. “Esse
comprometimento não pode ser maior que 35% da renda, para não
desequilibrar o orçamento”, diz o especialista. “A variação entre 30% a
35% da renda é a base que os bancos e financeiras utilizam para liberar
um financiamento”, explica.
Além disso, o consumidor precisa estar consciente de que não é só o
valor da prestação que ele terá como despesa. Ao comprar um carro zero
será necessário prever os gastos também com a documentação – o IPVA,
licenciamento, inspeção veicular – e também com as despesas de
manutenção, com combustível, troca de óleo, pneu, etc.
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