O aumento de tributos para veículos importados --medida tomada pelo
governo para proteger a indústria nacional-- já repercutiu negativamente
nas vendas das distribuidoras de automóveis, que caíram 10% em
fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2011, segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para Reinaldo Pereira, economista do instituto oficial de estatísticas
do país, a alta de impostos "já começa a fazer efeito" e restringiu as
vendas do setor --que recuaram 1% de janeiro para fevereiro, na taxa
livre de influências sazonais.
Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, as vendas de veículos
aumentaram 3%, num ritmo menor do que as do comércio varejista ampliado
--alta de 6,7%. Nesse indicador, o IBGE inclui revendas de veículos e
lojas de material de construção, que também comercializam seus produtos
por atacado. O varejo ampliado registrou queda de 1,1% de janeiro para
fevereiro.
Já o fraco desempenho do ramo de supermercados e demais lojas de
alimentos (-2,1%), diz, explicou a queda de 0,5% em fevereiro na
comparação com janeiro do índice do varejo "puro".
O motivo de tal retração, afirma, foi o menor número de dias úteis e uma
"acomodação natural" das vendas após o forte crescimento de janeiro
--8,4%.
Considerando, porém, a comparação com fevereiro de 2012, a evolução das
vendas de supermercados é positiva graças aos preços mais baixos de
alimentos neste ano, o que alavancou o consumo, segundo Pereira. O setor
viu as vendas crescerem 11,8% ante fevereiro de 2012.
Para Pereira, o governo tomou uma série de medidas de estímulo ao
consumo neste ano --como ampliação do crédito, redução de tributos para
bens como os da linha branca e outras-- que devem influenciar as vendas
do comércio nos próximos meses.
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