Grey Canadá, The Ant Farm, R/GA, Volontaire e Google Creative Lab têm trabalhos escolhidos como os que apontam para o futuro da comunicação
A edição de inverno do Tomorrow Awards deste ano revelou os
cinco cases vencedores na noite de segunda-feira, 26, em São Paulo. A
premiação, incorporada recentemente ao Art Directors Club (ADC) de Nova
York, tem como missão reconhecer cases inovadores (criativa e
tecnologicamente) ao redor do mundo. Foram premiadas a Grey Canadá, a
R/GA norte-americana, a The Ant Farm (Estados Unidos), a agência suíça
Volontaire e o Google Creative Lab (conheça os cases abaixo). A Uniqlo
foi nomeada “marca do futuro”.
Presidido pelo brasileiro Zé Macfarland,
o Tomorrow Awards define o shortlist por um processo de julgamento
público. Os cases selecionados são, então, avaliados por um grupo de
sete diretores de criação globais – chamado de Monster Judges. O líder
deste ano foi Robert Wong, CCO do Google Creative Lab. Fernanda Romano
(Naked) foi a única brasileira participante do júri.
Nenhum dos
nove cases brasileiros selecionados para o shortlist foi premiado. A
AlmapBBDO era a agência brasileira com maior número de indicações (“Love
to Bingo”, “Automatic Site”, “Original Click” e “Anúncio falso”).
Concorriam, também, a Artplan (“The social home tour”), a F.biz (“Dia do
rock”), a Leo Burnett Tailor Made (“Meu sangue é rubro-negro”), a
Loducca (“TwitTV”) e a R/GA (“Tim Beta”). A Pereira & O’Dell,
pertencente ao Grupo ABC e sediada em São Francisco, havia sido indicada
pelo case “Lego Movie Maker”, para a marca de brinquedos. A lista
completa de indicados pode ser consultada no site do Tomorrow Awards.
Os vencedores:
+
Objetivo era amplificar divulgação de crianças desaparecidas no Canadá sem investir alto em mídia
Crédito: Reprodução
“World’s most valuable social network”, da Grey Canadá para The Missing Children Society (MCSC)
A agência criou um mecanismo que usava a linha do tempo de um cidadão
comum nas redes sociais para enviar alertas de crianças desaparecidas.
Quanto mais pessoas aderiam à funcionalidade e “doavam” suas timelines,
mais gente era atingida com os alertas – e as chances de encontrar os
desaparecidos aumentavam. A intenção era ter uma forma mais barata do
que inserções em TV, embora com escala semelhante, para ajudar a
resolver casos de desaparecimento. Com a iniciativa, cerca de 70% de
toda a população canadense é impactada com os alertas.
+
Intenção era comunicar o novo projeto e destacar suas inúmeras possibilidades
Crédito: Reprodução
“Project Glass: Hangout in air”, do Google e da The Ant Farm para Google
Para demonstrar o Google Glass, produto ainda em testes, para sua
equipe, a empresa criou uma série de ativações. O ponto de partida era
filmar, a partir dos óculos com câmeras embutidas, cenas radicais vistas
pelos olhos de quem as executa, a fim de despertar o sentimento de que
as possibilidades de desenvolvimento do produto não tinham fim.
Mergulhos e saltos de paraquedas foram registrados dessa forma, e
exibidos ao final da conferência de desenvolvedores.
+
Usando redes sociais, agência e músico conseguiram reproduzir expectativa da era pré-internet
Crédito: Reprodução
“One copy song”, da R/GA para Adam Tensta
Adam
Tensta é um músico de hip-hop sueco de grande projeção, vencedor de
diversos Grammy. Como qualquer outro artista famoso, porém, viu o
lançamento de singles perder relevância numa era em que tudo está
disponível na internet tão logo fica pronto. Serviços como Spotify,
YouTube e Grooveshark ajudam a disseminar conteúdo musical rapidamente,
fragmentando a audiência. Na ação da R/GA, o músico promoveu o single
“Pass it on” de forma oposta: um aplicativo no Facebook, o One Copy
Song, permitia que apenas uma pessoa conseguisse ouvir a canção por vez.
Assim, era preciso formar uma “fila virtual” para ouvir a música – mas
os fãs conseguiam furá-la tuitando, assistindo a vídeos do artista ou
ouvindo outras músicas dele no Spotify. Quando sua vez chegava, o
espectador tinha uma hora para ouvir a música – mas só podia executá-la
uma vez. Milhares de pessoas entraram na fila, a música foi acessada por
pessoas de 40 países diferentes e a presença do artista no Facebook
cresceu vinte vezes.
+
Ação de PR despertou discussão sobre importância da transparência de nações nas redes sociais
Crédito: Reprodução
“Curators for Sweden”, da Volontaire para Swedish Institute e Visit Sweden
Toda semana, um novo cidadão sueco é o responsável por dar voz ao
perfil da Suécia no Twitter, pela conta @Sweden. A ideia era
transformá-la na conta mais democrática do site de microblogging, o que
atraiu 65 mil novos seguidores de 120 países diferentes, dando início a
milhares de conversas. O país se tornou trending topic mundial e
despertou discussões a respeito de transparência em redes sociais – e
como a tecnologia pode ser usada a favor da democracia, além de inspirar
cidadãos de outros países a criar contas semelhantes: 70 nações,
cidades ou organizações imitaram a abordagem sueca. A ação não tem data
de término definida, e gerou desde o início US$ 400 milhões em mídia
espontânea – valor 400 vezes superior ao investimento.
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A floresta, além de exposição, era uma amostra da capilaridade do Google
Crédito: Reprodução
“This exquisite forest”, do Google Creative Lab para This exquisite forest
A partir de uma proposta de cocriação concebida por Chris Milk e Aaron
Klobin (e executada pelo museu inglês Tate Modern e pelo Google),
usuários podiam criar animações curtas e correlatas. O resultado foi um
conjunto de narrativas transformadas numa exposição de seis meses na
Tate que permitia interação aos visitantes, usando tablets de ponta. O
projeto é uma abordagem artística que explora diversos serviços do
Google (armazenamento na nuvem, contas pessoais, engenharia de
aplicativos e hospedagem).
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