Um em cada quatro empresários brasileiros planeja conceder aumento nos salários acima da inflação até outubro de 2013.
O resultado, apontado em uma pesquisa da consultoria Grant Thornton
International, com 12 mil empresas privadas em 40 país, está acima da
média global (11%).
O Brasil só perde para o Chile, onde 36% (pouco mais de um terço) dos
executivos consultados (presidentes, diretores e funcionários em cargos
de destaque nas companhias entrevistadas) responderam que devem dar
aumento real a seus funcionários.
Na lista dos países que planejam elevar salários estão África do Sul
(com 27%, mesmo percentual do Brasil), México, Filipinas e Turquia
(todos com 26%), Nova Zelândia e Peru (ambos com 22%).
"Chama a atenção o fato de 27% dos executivos brasileiros planejarem dar
aumentos acima da inflação. Isso reflete mais a necessidade de as
companhias reterem a mão de obra qualificada do que o momento
econômico", afirma Leandro Scalquette, sócio da consultoria Grant
Thornton no Brasil.
Entre as 300 companhias brasileiras consultadas, 63% informaram que
pretendem ao menos conceder reajustes para repor a inflação nos salários
e 5% não têm intenção de dar aumento real.
Indústria, setor de serviços financeiros e construção civil estão entre
os setores que devem continuar concedendo reajustes acima da inflação.
Levantamento do Dieese já apontou que, no primeiro semestre de 2012,
quase a totalidade dos reajustes salariais (97%) de categorias com
negociações que são acompanhadas pelo banco de dados da entidade (370)
incorporou ganhos reais aos salários.
Em média, o ganho real dos salários foi de 2,23% acima do INPC, do IBGE, o indicador mais usado nas negociações salariais.
SEGUNDA ETAPA
O mercado de trabalho passou por uma fase de contratação de
profissionais e, agora, alguns consultores e especialistas acreditam que
haverá um ajuste em torno das admissões. "A segunda etapa do processo é
valorizar os empregados", afirma Scalquette, da consultoria.
O estudo aponta ainda que 38% das empresas brasileiras contrataram nos
últimos 12 meses, o que representou queda de 11 pontos percentuais em
relação ao segundo trimestre de 2012.
Apesar da desaceleração no ritmo de contratação, o resultado está acima
da média global de 24% --coloca o Brasil na quarta posição entre os
países que mais contratam no ranking mundial do terceiro trimestre de
2012.
Em relação à contratação, o Brasil perdeu para Índia (58%), Turquia
(54%), Emirados Árabes, Bósnia (ambos com 52%) e Tailândia (44%).
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