O trem será o 1º do mundo em capacidade de passageiros e o triciclo, o único nacional
Dois novos tipos de transporte poderão ser vistos em breve nas ruas
de São Paulo. Um deles é curioso, pequeno e chama a atenção por onde
quer que passe. Trata-se do primeiro tuk-tuk nacional, que aqui ganhou o
nome de triciclo para dois passageiros e acaba de ser homologado no
Brasil. O segundo vai promover grande impacto no transporte coletivo. Em
novembro, deve ser entregue o primeiro monotrilho fabricado no País,
que promete ser o maior do mundo em capacidade de passageiros.
Na Índia, o tuk-tuk faz parte da frota formal de veículos, e como
táxi chega a fazer 22 milhões de viagens por dia. No Brasil, surgiu
recentemente como uma alternativa mais segura e confortável ao mototáxi
em Manaus, Belém e Santarém. No mês que vem, chega a Campinas, Araras,
Limeira, Barretos e Campo Grande. Nesses centros, a corrida de tuk-tuk
custa em média R$ 2, qualquer que seja a distância. Já o preço do
veículo varia de R$ 8,58 mil a R$ 13,5 mil.
A Motocar, primeira fábrica nacional deste tipo de transporte, já vendeu 200 veículos no País. A reportagem do Estado
testou a novidade na Avenida Paulista, região central de São Paulo, das
16h às 18h30. O triciclo tem capota e para-brisa - o que dispensa o uso
de capacete. As janelas se parecem com as dos antigos Jeep Willys: são
de plástico e podem ser enroladas. Os bancos vêm com cinto de segurança.
E tem todos os itens básicos de segurança: freio de mão, espelhos
retrovisores, farol e extintor de incêndio.
Os taxistas foram os mais interessados. "Acho que para curtas
distâncias é uma boa alternativa, mas ninguém teria coragem de pegar um
desses para ir até Guarulhos", comentou o motorista Maurício de
Oliveira, há 18 anos na praça.
Carlos Alqueres, engenheiro especializado em trânsito, andou num
tuk-tuk, em Nova Délhi, na Índia. "Fiquei 1h30 no congestionamento. Era
como se estivesse respirando no escapamento dos carros. Mas ele diminuiu
a violência no trânsito, por ser mais leve e vagaroso."
Convidados a dar uma volta na Paulista, vários pedestres ficaram
receosos. Dá, sim, uma certa insegurança ao entrar no tuk-tuk. Como tem
apenas três rodas, o veículo joga um pouco para os lados. Mas é só uma
questão de costume. Com um motor de 200 cc, o veículo sofre na subida,
mas no plano vai bem, alcançando 70 km/h. É ideal para deslocamentos
tranquilos. "Seria legal se tivesse um na saída da balada", sugeriu
Manuela Maia, de 19 anos, que deu uma volta no tuk-tuk com a amiga Thais
Domingues, também de 19.
Hi-tech.
A outra novidade ainda não pode ser testada pelo público. A primeira
unidade está sendo montada em uma fábrica da empresa canadense
Bombardier em Hortolândia, no interior do Estado. É o primeiro
monotrilho de alta capacidade do mundo, projetado para transportar até
54 mil pessoas por hora. Para se ter uma ideia, em cidades como Tóquio, o
veículo leva menos de 10 mil passageiros.
A promessa é que ajude a desafogar a Linha 3-Vermelha do metrô, da
zona leste - tida como a mais lotada do mundo. O monotrilho não tem
maquinista. Fica em um elevado de 10 a 15 metros de altura e, assim,
circula longe do trânsito. Terá ar condicionado, câmeras de segurança e
vagões sem divisões.
O primeiro vagão, segundo a empresa, deve ser entregue em novembro e a
primeira composição - com sete vagões - em dezembro. Mas o paulistano
só poderá experimentar a novidade na metade de 2013, quando a empresa
planeja entregar o primeiro trecho da linha 15-Prata, que vai ligar a
Vila Prudente ao bairro Oratório, na zona leste.
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